O Tribunal de Justiça de Minas Gerais ordenou nesta quinta-feira, 28, a soltura do ex-padre Bernardino Batista dos Santos, de 77 anos, pouco mais de um mês após ele ser preso na Região Metropolitana de Belo Horizonte–MG sob múltiplas acusações de abuso sexua infantil.
A decisão judicial permitiu que Bernardino responda o processo em liberdade pelo fato de possuir comorbidades, idade avançada e também pelo tempo decorrido desde os fatos. Ele deve permanecer usando tornozeleira eletrônica, está proibido de tentar contato com qualquer um das vítimas ou testemunha do processo, deve se apresentar à Justiça a cada 30 dias e não pode sair da cidade sem autorização sob o risco de volta ao presídio.
Relembre o caso
Bernardino enfrenta dezenas de denúncias por diversos abusos sexuais de crianças e adolescentes entre 3 e 11 anos que teriam sido cometidos desde os anos 1980. Na época ele atuava em uma paróquia vinculada a uma escola no município de Tiros–MG e organizava excursões e levava as crianças da escola para passar um tempo no sítio do padre, com a presença dos pais e professores.
Segundo a delegada regional em Juatuba–MG, Ana Paula Kich Gontijo Aproveitando-se da confiança dos adultos, ele afastava as crianças do grupo, abusava delas e depois as devolvia.
Quando as primeiras denúncias surgiram, o líder religioso, na época conhecido pelos fiéis como “Santo do Paraíso”, foi transferido para uma paróquia de Contagem-Mg antes de ser afastado de suas atividades em dezembro de 2021, aos 73 anos.
Mesmo após seu afastamento, o religioso continuou a importunar e tentar contato com as vítimas e seus familiares. Até que, em outubro de 2024, Bernardino foi preso em Juatuba, região metropolitana de Belo Horizonte.
Até o momento as investigações identificaram pelo menos 50 vítimas, das quais 10 já foram ouvidas pelas autoridades que realizam uma campanha na tentativa de identificar outras possíveis vítimas; “qualquer pessoa que tenha sido vítima do suspeito procure a delegacia mais próxima para noticiar o crime, fazendo referência ao caso”, saliente a Polícia Civil.
Foto: Reprodução/Polícia Civil MG/Google Maps/Redes Sociais