Com o pedido de condenação do deputado federal Eduardo Azeredo a 22 anos de prisão - feito na sexta-feira pela Procuradoria-Geral da República (PGR) -, o mensalão tucano voltou a assombrar o PSDB. Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) se prepara para julgar o ex-governador de Minas Gerais ainda no primeiro semestre, a cúpula do partido trabalha para tentar blindar o senador Aécio Neves (MG), candidato à Presidência, dos respingos do escândalo.
Azeredo governou Minas de 1995 a 1998. Ele é acusado de ter se associado ao empresário Marcos Valério para suposto desvio de verbas e arrecadação ilegal de dinheiro em favor de sua campanha à reeleição em 1998. O esquema seria semelhante ao montado por Valério para o PT e só veio à tona após a denúncia do mensalão petista.
O caso constrange o PSDB por atingir uma figura importante na legenda - Azeredo foi presidente nacional da sigla e senador - e por envolver Valério, condenado como operador do mensalão petista. A estratégia para proteger Aécio inclui pelo menos dois pontos. O primeiro: deixar claro que o réu é Azeredo e que não há qualquer relação com Aécio, atual presidente da sigla. O segundo: afirmar que o caso não guarda semelhanças com o mensalão petista.
- A acusação contra Azeredo envolve busca de recursos para campanha. É bem diferente de compra sistemática de apoio para o governo no Congresso - diz o deputado federal Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS).
A sigla também decidiu que seguirá defendendo Azeredo "até que se prove o contrário". A direção garante que não fará críticas à atuação da PGR nem ao trabalho do STF, inclusive como forma de se diferenciar do PT. Nos bastidores, o uso do caso na disputa presidencial já é dado como certo. O próprio Aécio confirmou a preocupação, o que não o impediu de defender o colega:
- Se houve algum delito, deve ser punido, mas foi um momento da campanha eleitoral.
No fim de janeiro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também falou sobre o escândalo. Para ele, seria, no máximo, caixa 2:
- O que houve em Minas foi o que o Lula disse que era natural. Foi, eventualmente, desvio de recursos para campanha eleitoral. Não é perdoável, mas é diferente do mensalão.
Aposentadoria pode atrasar processo
A expectativa do STF é de que o mensalão tucano seja levado a julgamento no primeiro trimestre. Mas o caso pode sofrer atraso se o revisor, Celso de Mello, decidir antecipar sua aposentadoria.
O relator, Luís Roberto Barroso, já recebeu as alegações finais da PGR. Conforme o documento, havia uma ligação entre Eduardo Azeredo (PSDB) e Marcos Valério.
A PGR destaca que "há elementos probatórios absolutamente suficientes para afirmar, com a segurança devida, que Azeredo participou decisivamente da operação que culminou no desvio de R$ 3,5 milhões, aproximadamente, R$ 9,3 milhões em valores atuais".
A partir de agora, os réus terão 15 dias para enviar a peça final da defesa. Em seguida, Barroso vai elaborar o voto. Depois, o processo seguirá para Celso de Mello, que não tem prazo para finalizar a revisão, mas se acredita no julgamento ainda no primeiro semestre.
Fonte: Zero Hora
O caso constrange o PSDB por atingir uma figura importante na legenda - Azeredo foi presidente nacional da sigla e senador - e por envolver Valério, condenado como operador do mensalão petista. A estratégia para proteger Aécio inclui pelo menos dois pontos. O primeiro: deixar claro que o réu é Azeredo e que não há qualquer relação com Aécio, atual presidente da sigla. O segundo: afirmar que o caso não guarda semelhanças com o mensalão petista.
- A acusação contra Azeredo envolve busca de recursos para campanha. É bem diferente de compra sistemática de apoio para o governo no Congresso - diz o deputado federal Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS).
A sigla também decidiu que seguirá defendendo Azeredo "até que se prove o contrário". A direção garante que não fará críticas à atuação da PGR nem ao trabalho do STF, inclusive como forma de se diferenciar do PT. Nos bastidores, o uso do caso na disputa presidencial já é dado como certo. O próprio Aécio confirmou a preocupação, o que não o impediu de defender o colega:
- Se houve algum delito, deve ser punido, mas foi um momento da campanha eleitoral.
No fim de janeiro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também falou sobre o escândalo. Para ele, seria, no máximo, caixa 2:
- O que houve em Minas foi o que o Lula disse que era natural. Foi, eventualmente, desvio de recursos para campanha eleitoral. Não é perdoável, mas é diferente do mensalão.
Aposentadoria pode atrasar processo
A expectativa do STF é de que o mensalão tucano seja levado a julgamento no primeiro trimestre. Mas o caso pode sofrer atraso se o revisor, Celso de Mello, decidir antecipar sua aposentadoria.
O relator, Luís Roberto Barroso, já recebeu as alegações finais da PGR. Conforme o documento, havia uma ligação entre Eduardo Azeredo (PSDB) e Marcos Valério.
A PGR destaca que "há elementos probatórios absolutamente suficientes para afirmar, com a segurança devida, que Azeredo participou decisivamente da operação que culminou no desvio de R$ 3,5 milhões, aproximadamente, R$ 9,3 milhões em valores atuais".
A partir de agora, os réus terão 15 dias para enviar a peça final da defesa. Em seguida, Barroso vai elaborar o voto. Depois, o processo seguirá para Celso de Mello, que não tem prazo para finalizar a revisão, mas se acredita no julgamento ainda no primeiro semestre.
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