O ano de 2013 foi o sexto mais quente da história e tudo indica que 2014 também estará entre os anos com as maiores temperaturas já registradas. Os dados estão sendo divulgados nesta quarta-feira, 5, pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), que aponta que as temperaturas médias da superfície da terra e dos oceanos ficaram cerca de 0,5 grau Celsius acima da média entre 1961 e 1990, muito perto do recorde de 0,55 grau Celsius.
"As temperaturas globais para 2013 são consistentes com a tendência de aquecimento", disse o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud. Para ele, a taxa de elevação da temperatura não é sempre uniforme. "Mas a tendência é inegável", disse. "As temperaturas globais continuarão a se elevar por gerações ainda."
A OMM mantém os registros desde 1850, mas acredita que nenhum ano anterior à Era Industrial poderia ter superado as temperaturas registradas desde então. Por esse motivo, a entidade considera 2013 como o sexto ano mais quente da história.
A constatação ainda é de que 13 dos 14 anos mais quentes teriam também sido registrados no século XXI. O recorde foi batido em 2010 e 2005, quando as temperaturas ficaram 0,55 grau Celsius acima da média. 2011 e 2012 haviam registrado anos mais amenos. Mas a entidade aponta que 2013 divide a posição de sexto ano mais quente com 2007, quando as temperaturas também atingiram essa marca.
Considerando as temperaturas apenas na superfície dos continentes, a media ficou 0,85 graus Celsius acima da média entre 1961 e 1990. Excluindo as temperaturas nos oceanos, esse seria o quarto ano mais quente da história.
Brasil - A OMM deixa claro que as elevadas temperaturas no hemisfério Sul entre novembro e dezembro foram decisivas para o recorde, principalmente na Austrália onde os termômetros registram o ano mais quente da história. Para 2014, a continuação da onda de calor, como nos casos de Brasil e Argentina, está sendo monitorada de perto pela entidade. As cidades de São Paulo e Porto Alegre, por exemplo, podem ter tido o mês de janeiro mais quente desde que os registros começaram a ser feitos, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
O que chama a atenção da OMM é que, em 2013, nem o fenômeno do El Nino e nem o da La Nina foram registrados. Os dois são considerados como os principais fatores naturais de influência da variação de temperaturas no planeta. Para Jarraud, os dados revelam que não existe outra alternativa senão uma ação global para mitigar os impactos do aquecimento, enquanto há tempo. "Nossa ação - ou inação - para limitar as emissões de CO2 e outros gases moldará o estado do planeta para nossas crianças e netos", alertou.
Fonte: Agência Estado
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