Um ministro, para qualquer governo, a depender das suas relações políticas e funções na administração pública, tem valor inestimável. O peso dele para os cofres públicos, entretanto, pode ser mensurado. Com base em dados do Portal da Transparência e do Siga Brasil, o Estado de Minas levantou quais foram os assessores da presidente Dilma Rousseff que receberam mais dinheiro público em 2013, com salários, diárias e outras ajudas de custo. O campeão, com R$ 455,4 mil, foi Manoel Dias, do Ministério do Trabalho.
Manoel Dias, do Ministério do Trabalho, foi o que mais gastou/ Foto: reproduçãoPor não ter casa própria em Brasília, Dias recebeu, no ano passado, indenizações de R$ 62,4 mil a título de aluguel. Em diárias, decorrentes de viagens que fez, foram mais R$ 45,7 mil. Por se tratar de uma autoridade do alto escalão do governo, ele, assim como os outros ministros, ocupa moradia de padrão elevado, em alguns casos coberturas e até mansões e, a ajuda de custo, mesmo que banque casas luxuosas, é parte do pacote de benefícios que vem com o cargo, regra que foi fixada pela Lei 8.112, de 1990.
Todos esses gastos, segundo especialistas, são justificados pelo exercício da função, uma das mais importantes do país e que demanda locomoção intensa. Marco Antônio Raupp, da Ciência e Tecnologia, foi o que mais recebeu diárias de viagem, R$ 57,6 mil, o equivalente a R$ 4,8 mil por mês em 2013. Ele figura em segundo lugar no ranking dos ministros que mais receberam ajudas de custo e diárias de viagem no ano passado - somada a remuneração, ele obteve R$ 454 mil. A terceira posição foi de Fernando Pimentel, que ocupa a pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com R$ 449,2 mil.
Os analistas alertam, entretanto, que despesas de transporte e ajuda de custo já foram motivo de escândalo e precisam de acompanhamento constante pelos órgãos de fiscalização. Os mais recentes, envolvendo o uso dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) por autoridades que não estavam em serviço, levantaram questionamentos sobre abusos em benefícios e com o dinheiro público. O Ministério do Trabalho informou que os gastos de Dias envolvem remuneração, diárias e auxílio-moradia. Todas essas despesas, segundo a pasta, são parte da função, que exige muitos deslocamentos pelo país. Observou ainda que, por vezes, Dias pagou do próprio bolso por despesas fora do país, em viagens a trabalho. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior disse que não houve tempo hábil para reunir as informações sobre as despesas do ministro.Fonte: Estado de Minas
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