Os chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA) presentes quinta-feira (30) na abertura da 22ª Cúpula do bloco, em Adis Abeba, na Etiópia, lembraram as vítimas dos conflitos no Sudão do Sul e na República Centro-Africana (RCA). "Os nossos corações estão com as populações da República Centro-Africana e do Sudão do Sul, que enfrentam conflitos devastadores nos seus países e, em particular, com as mulheres e as crianças que foram vítimas", disse a presidenta da Comissão da UA (órgão executivo), Nkosazana Dlamini Zuma. "Devemos trabalhar em conjunto para garantir a construção de uma paz duradoura", acrescentou. A 22ª cúpula do bloco de 54 países tem como tema central A Agricultura e a Segurança Alimentar, mas os combates que ocorrem no Sudão do Sul e os últimos acontecimentos na República Centro-Africana (RCA) obrigaram a mudar a agenda da reunião. Mais de 86 mil pessoas fugiram dos combates no Sudão do Sul para países vizinhos desde meados de dezembro, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que prevê que os refugiados ultrapassem os 100 mil no final de janeiro. O conflito foi desencadeado por uma luta de poder entre o presidente Salva Kiir e seu ex-vice-presidente Riek Machar e corre o risco de se transformar em uma guerra civil, já tendo causado milhares de mortes. A ONU tem esperança de que o acordo de cessação das hostilidades, assinado na Etiópia na semana passada, acabe com os combates. Na RCA, a presidenta de transição Catherine Samba Panza tomou posse na semana passada. Até fevereiro de 2015, ela terá de organizar eleições gerais. O país enfrenta problemas de violência desde a tomada do poder, em março do ano passado, pela rebelião majoritariamente muçulmana do Seleka e tem sido palco de confrontos entre integrantes das comunidades muçulmana e cristã. Cerca de 1 milhão de pessoas saíram do país devido à violência e cerca de 2,6 milhões precisam de ajuda humanitária.
Fonte: Agência Brasil