Presidente agrada mais em reunião do que em discurso no Fórum de Davos

Autor: Redação Pop Mundi

Fonte:

25/01/2014

A grande maioria dos empresários e executivos brasileiros que assistiram ao primeiro discurso da presidente Dilma Rousseff na plenária do Fórum Econômico Mundial de Davos avaliou como positiva a sua vinda, porém fraca e desinteressante a fala da chefe do Executivo brasileiro.

Alguns deles, que estiveram em uma reunião seguinte restrita a um grupo seleto de participantes, consideraram, no entanto, que o desempenho de Dilma melhorou neste evento. A expectativa da maioria dos brasileiros antes da chegada da presidente não era das mais animadas.

De quase todos, que pediam para não ser identificados, se ouvia que ela viria com o mesmo discurso morno, cheio de números e nenhum destaque, de sempre. "Estou até com medo que ela fale alguma bobagem por perder a paciência se fizerem alguma pergunta mais dura", dizia momentos antes um peso-pesado da economia nacional.

A fala de Dilma, porém, se prolongou tanto que nem Charles Schwab, o fundador do fórum, pôde fazer suas tradicionais perguntas que levantam a bola do chefe de Estado da vez, antes de passar o microfone para o público.

A presidente não economizou em dados e não empolgou a audiência, sem distinção entre empresários dos setores financeiro e produtivo.

"Olho no olho"

Na saída, a apatia era visível nos que deixavam a principal sala do centro de convenções, que ficou mais cheia do que na apresentação de Enrique Peña Nieto, presidente do México, atualmente o mais queridinho entre os latinos.

Pelo menos, a presidente Dilma não comprometeu, nem piorou a situação, afirmaram muitos."Faltou finalizar com algo mais pessoal, mais olho no olho, menos formal", avaliou um alto executivo.

Para outros, ela poderia ter feito algum anúncio, em vez de evocar números já bem conhecidos. O público de Davos quer resultados, afirmavam.

Anúncios

"Anúncios sobre o fiscal, eu farei no Brasil, não aqui", respondeu a presidente quando indagada por um participante brasileiro se ela não poderia sinalizar algo mais positivo no lado fiscal em Davos, segundo pessoas que estiveram no encontro a portas fechadas.

Para alguns, em ambiente menor, onde a presidente pulou o discurso e abriu diretamente para perguntas, como fez também no encontro com o International Media Council, o resultado foi melhor.

Executivos, inclusive estrangeiros, segundo relatos, se impressionaram pelo que consideraram um bom conhecimento que a presidente demonstrou ter sobre as áreas abordadas a partir das questões colocadas.

Fonte: Folha de S.Paulo

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