A primeira reunião entre as delegações sírias do governo e da oposição terminou há pouco após uma primeira sessão de cerca de meia hora, e será retomada ainda nesta tarde na sede da ONU em Genebra, na Suíça.
O chefe negociador da oposição, Hadi al Bahra, disse à Agência Efe na saída do encontro que o mediador internacional, Lakhdar Brahimi, foi o único que tomou a palavra e que em sua declaração se referiu à implementação do "Comunicado de Genebra", que estabelece a formação de um governo transitório no país.
A equipe de negociadores do regime é dirigida por Bashar al Jaafari, embaixador da Síria na ONU, e não pelo ministro sírio das Relações Exteriores Walid Mualem. Os negociadores da oposição, por sua parte, são liderados por Hadi al Bahra.
Na véspera, Brahimi conseguiu convenceu as delegações do regime de Bachar al-Assad e da oposição a se sentarem à mesma mesa de negociações neste sábado (25). A sexta-feira (24) foi marcada por ameaças de que Damasco deixaria Genebra, e teve um fracasso inicial.
A reunião prevista para a manhã de sexta - com a presença das duas delegações - foi cancelada de última hora. A justificativa foi a recusa da oposição de se sentar à mesma mesa que o ministro Muallem, enquanto o regime não aceitar o princípio de um governo de transição.
A resposta do governo sírio não demorou a chegar. E Muallem ameaçou fazer as malas e partir, acusando seus detratores de falta de seriedade.
O emissário da ONU e da Liga Árabe, artesão das negociações que visam encontrar uma solução para a guerra na Síria - que já matou mais de 130.000 pessoas desde março de 2011- negou a hipótese de que uma das delegações deixaria as negociações mais cedo.
As duas partes se acusam mutuamente de atravancar as negociações - patrocinadas pelos Estados Unidos, aliados da oposição, e pela Rússia, pilar do regime de Damasco - adiadas inúmeras vezes.
Fonte: Folha de S.Paulo