Três ataques contra áreas conhecidas do Cairo deixaram cinco mortos nesta sexta-feira. Nenhum grupo havia assumido a autoria dos atentados, mas eles apresentam características de ações realizadas por extremistas islâmicos que têm cada vez mais atacado alvos policiais e militares desde o golpe de 3 de julho, que derrubou o presidente Mohammed Morsi, e do início da feroz repressão contra partidários da Irmandade Muçulmana.
As explosões acontecem num momento em que o país está em alerta por causa do terceiro aniversário do levante que derrubou o líder autocrático Hosni Mubarak, comemorado no sábado, dia 25. Os partidários de Morsi prometeram usar o evento para intensificar seus esforços com o objetivo de "romper o golpe" que derrubou o ex-presidente islamita.
O primeiro ataque aconteceu quando um suicida jogou seu carro contra os blocos de cimento que cercam principal sede da polícia no Cairo, matando pelo menos quatro pessoas. A explosão também afeto prédios próximos, dentre eles o conhecido Museu de Arte Islâmica.
O ministro do Interior, Mohammed Ibrahim, descreveu o ataque como "um ato terrorista vil" e prometeu que "ele não vai desencorajar a polícia de continuar sua dura luta contra o negro terrorismo".
O Ministério da Saúde informou em comunicado que quatro pessoas morreram e 50 ficaram feridas nesse ataque.
Cerca de duas horas mais tarde, outra bomba atingiu um carro de patrulha policial que estava perto de uma estação de metrô, localizada nas proximidades do Centro Cultural Russo, em outra parte da cidade. O ataque deixou um morto e oito feridos, informaram autoridades. Uma terceira explosão, menor, teve como alvo a delegacia de polícia em Talbiya, que fica a quatro quilômetros das famosas Pirâmides de Gizé, mas não deixou vítimas, disseram fones, que falaram em condição de anonimato.
Os ataques aconteceram um dia depois da comemoração do Dia da Polícia, quando as forças de segurança foram celebradas como heróis nacionais que combatem o terrorismo.
O governo, que tem apoio do Exército, responsabiliza a Irmandade Muçulmana pelos ataques e colocou o grupo numa lista de organizações terroristas. A Irmandade nega as acusações e afirma que elas não têm fundamento.
Uma coalizão liderada pela Irmandade planejava realizar protestos em todo o país após as orações desta sexta-feira, como parte de suas manifestações quase diárias contra a deposição de Morsi e a votação recente da nova Constituição.
Fonte: Agência Estado Veja também: