A Rússia não vai interferir na situação na Ucrânia, informou hoje (23) o porta-voz da Presidência, Dmitri Peskov. Os confrontos entre manifestantes e forças de segurança já deixaram cinco mortos desde a intensificação dos conflitos na capital do país, Kiev, nos últimos dois meses. As contestações populares começaram depois de o governo do país ter recuado em relação a uma associação com a União Europeia. A aproximação é defendida pela oposição, que acusa o governo de ceder a pressões russas e considera a Ucrânia uma zona de influência.
"Não pensamos ter o direito de intervir nos assuntos internos da Ucrânia de qualquer forma. É absolutamente inaceitável nos ingerirmos em assuntos internos de outro país", declarou Dmitri Peskov.
Segundo ele, a Rússia acredita que as autoridades ucranianas encontrarão a melhor solução para fazer com que a situação no país volte à normalidade e a paz seja reestabelecida.
Nesta quinta-feira, a situação em Kiev está relativamente tranquila, depois da violência observada nos últimos dias, especialmente no domingo (19). No confronto do final de semana, manifestantes lançaram pedras e coquetéis-molotov contra policiais, que responderam com tiros de bala de borracha e bombas de efeito moral. A situação foi condenada pela União Europeia e pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Apesar do ambiente calmo em relação aos últimos dias, são esperados novos confrontos. Ontem (22), a oposição deu um últimato de 24 horas para que o presidente, Viktor Yanukovich, e o primeiro-ministro, Nikolai Azarovm, se demitam. Viktor Yanukovich pediu paciência, pois o premiê está participando do Fórum Mundial de Davos, na Suíça, que começou ontem (22) e vai até o próximo sábado (25).
Os recentes protestos na Ucrânia têm sido os maiores desde a Revolução Laranja de 2004, quando a população foi às ruas contra fraude e corrupção eleitoral. Recentemente, o parlamento aprovou medidas de segurança que limitam manifestações e reforçam sanções contra manifestantes, o que intensificou ainda mais a insatisfação.
Hoje, o ministro da Defesa ucraniano, Alexander Motuzyanik, negou que haja forças militares a postos para entrar na capital, Kiev. Motuzyanik também negou que o governo esteja estudando decretar estado de emergência na cidade.
"Informações veiculadas pela mídia de que forças militares estão se preparando para a introdução de um estado de emergência são falsas. As forças armadas da Ucrânia não estão participando dos atuais acontecimentos políticos do país", informou o ministro.
Fonte: Agência Brasil
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