A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal abriu ontem processo administrativo para investigar denúncia de que o ex-ministro José Dirceu teve acesso a um celular no Complexo Penitenciário da Papuda, onde cumpre pena pela condenação no processo do mensalão. Ele teria usado o aparelho para conversar com o secretário de Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correia.
A informação foi revelada pelo jornal Correio, da Bahia, na edição de 7 de janeiro. Segundo a coluna Satélite, o secretário teria conversado ao celular com Dirceu durante um evento público. Ele teria perguntado ao petista sobre o ano-novo e recomendado cuidado com a cabeça. Depois da ligação, segundo o jornal, o secretário revelou: "Era o Zé Dirceu".
Ontem, após o jornal Folha de S.Paulo publicar as informações a respeito da suposta conversa entre Dirceu e Correia, o governo do Distrito Federal anunciou a abertura do processo para apurar o caso.
O secretário baiano negou ter conversado diretamente com Dirceu, após a divulgação da notícia. Correia afirmou que havia falado com um empresário que acabara de visitar o ex-ministro na prisão e que manteria seu nome sob sigilo.
O advogado de Dirceu, José Luís Oliveira Lima, divulgou ontem nota na qual negou "enfaticamente" que seu cliente tenha conversado por telefone celular na semana passada com o secretário. "Meu cliente afirma também que tampouco recebeu qualquer visita que tenha usado o telefone celular em sua presença no interior da Papuda, o que violaria as regras para visitas no presídio, e que estuda tomar medidas judiciais cabíveis para reparação da verdade no caso", afirmou.
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