Custo mensal das famílias aumenta durante suspensão das sacolas plásticas dos supermercados

Autor: Redação Pop Mundi

Fonte:

05/12/2013

Estudo inédito no Brasil realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) mostra que, se as sacolas plásticas deixassem de ser entregues pelos supermercados, a participação dos gastos com embalagens para transporte das compras e acondicionamento de lixo se elevaria de 0,1335% para 0,328%. Esse é um percentual significativo, se comparado a itens essenciais, como feijão (0,393%) e arroz (0,743%). Segundo a pesquisa, os consumidores de baixa renda seriam os maiores prejudicados, já que seus gastos com embalagens para transportes de compras e descarte do lixo praticamente não existem, uma vez que utilizam quase que exclusivamente as sacolinhas de supermercado para esses fins.

A pesquisa foi realizada na cidade de São Paulo, em 648 domicílios, entre os meses de julho e agosto. Somados, esses lares gastam mensalmente um total de R$ 2.781,08 com embalagens para carregar compras e descartar o lixo doméstico, ou seja, R$ 4,29 por domicílio. O valor representa 0,1335% do gasto total mensal por domicílio estimado pela Fipe em R$ 3.213,83.

Na hipótese das sacolas plásticas deixarem de ser entregues gratuitamente pelos supermercados, os consumidores teriam de arcar com aumento de 146,1% nos gastos com embalagens para carregar compras e descartar o lixo doméstico. O desembolso total mensal das famílias para esse fim passaria de R$ 2.781,08 para R$ 6.844,14. O gasto por família aumentaria de R$ 4,29 para R$ 10,56. Esse valor passaria a representar 0,328% do orçamento mensal, estimado pela Fipe em R$ 3.213,83.

Objetivo e metodologia

O objetivo da pesquisa é mostrar quanto as famílias gastam atualmente e quanto passariam a gastar em um cenário no qual as sacolas plásticas deixassem de ser distribuídas gratuitamente pelos supermercados.

Foram ao todo 648 famílias entrevistadas na cidade de São Paulo. A despesa total do conjunto dos entrevistados, por mês, soma R$ 2.082,560,00, o que dá um desembolso por residência de R$ 3.213,83. A renda média das famílias entrevistadas é de em R$ 4.028,00, sendo seu valor mais frequente de R$ 2.000,00.

A Fipe avaliou três padrões atuais de uso das sacolas plásticas: uso primário, no transporte das mercadorias do supermercado até as residências; uso intermediário, para o recolhimento do lixo de cozinhas, banheiros, dormitórios, fezes de animais etc.; uso final, na disponibilização do lixo domiciliar para o recolhimento por parte do serviço municipal de limpeza.

Para estimar um cenário sem sacolas plásticas, a Fipe avaliou o aumento de demanda de sacolas retornáveis e sacolas biodegradáveis no transporte das mercadorias até a residência, o aumento da demanda de sacos de lixo em substituição às sacolas plásticas nos usos intermediários e no uso final.

O gasto atual foi aferido estimando-se a quantidade de sacolas retornáveis, sacolas biodegradáveis, sacolas plásticas e de sacos lixo atualmente demandadas pelos consumidores considerando-se os preços médios de cada tipo de embalagem. A seguir, estimou-se a participação atual deste gasto no dispêndio total das famílias obtendo-se, desta forma, a participação atual no custo de vida. Uma vez averiguada as opções da população diante da eliminação das sacolas plásticas, foi possível obter os novos padrões de consumo de embalagens e seu custo.

O estudo apurou que as sacolinhas são usadas por 94% dos domicílios no transporte das compras e reutilizadas para recolhimento de lixo de cozinha, banheiros, animais domésticos, entre outras funções.

O valor mais frequente de idas ao supermercado por mês é de quatro vezes, sendo que a quantidade mais frequente de sacolas plásticas recolhidas por domicílio é de 60 sacolas.

A Fipe também apurou que há dois padrões básicos de utilização de embalagens. Há residências (34,9% do total) que utilizam somente sacolas de supermercado para o recolhimento do lixo doméstico e disponibilização direta para o lixeiro e outras que utilizam sacolas e sacos de lixo (57,7%). Observou-se que 44,9% dos domicílios não utilizam sacos de lixo especiais na disponibilização do lixo para o lixeiro, ou seja, disponibilizam diretamente o lixo recolhido do domicílio.

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