A Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN), entidade que reúne informações sobre a repressão do governo de Havana aos dissidentes de Cuba, denunciou na semana passada que o regime mantém atualmente pelo menos 87 presos políticos - entre processados e condenados. Se adicionados os opositores que cumprem sentença sob "licença extrapenal", o número de punidos por motivos políticos vai a 102.
De acordo com o levantamento da entidade, "pelo menos 11 dos presos atualmente pelos chamados delitos contra a segurança do Estado estão sentenciados à prisão perpétua e permanecem em celas de isolamento, sob condições cruéis, desumanas e degradantes - e totalmente desprotegidos".
"Estamos seguros de que o número de prisioneiros por motivos políticos em Cuba é maior do que os casos que pudemos documentar, uma vez que o regime imperante na ilha é um dos mais fechados do mundo e, durante décadas, tem permanecido fora de toda forma de investigação por parte da Cruz Vermelha internacional e das relatorias da ONU em matéria de direitos civis e políticos", declarou o fundador e porta-voz da CCDHRN, Elizardo Sánchez, ao divulgar os dados da entidade, na segunda-feira.
O relatório ressaltou que 13 dos presos políticos em "licença extrapenal" - ou prisão domiciliar - compõem o grupo dos 75 dissidentes processados pela Primavera Negra, de 2003, a última onda repressiva de Fidel Castro, antes de deixar a presidência. "Nos últimos anos, o governo de Cuba (de Raúl Castro) tem tratado de diminuir o total de presos políticos recorrendo a outras formas de repressão, tais como as detenções em massa de curta duração", afirmou a CCDHRN.
Fonte: AFP