O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com uma ação civil pública para que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) seja responsabilizado pela realização das obras de recuperação da Ponte da Revolução, que liga os municípios de Igarapava (SP) e Delta (MG). A estrutura histórica, interditada desde o dia 6 de fevereiro, permanecerá fechada até que os problemas sejam solucionados.
Na ação, o MPF pede urgência no início das obras, exigindo que elas comecem em até 30 dias e sejam concluídas no prazo máximo de seis meses. A liminar determina que o DNIT execute, pelo menos, as intervenções apontadas no laudo técnico elaborado por especialistas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), antes do carnaval.
Além da recuperação emergencial da ponte, o MPF solicita que a União e o DNIT sejam obrigados a realizar manutenções preventivas e corretivas de forma contínua, garantindo a preservação da estrutura. Também foi solicitado o pagamento de indenização de R$ 1 milhão por dano moral coletivo, devido à omissão dos órgãos, que agravou os danos na ponte e causou transtornos à população de Igarapava e Delta.
A análise técnica realizada por engenheiros da UFTM identificou diversos problemas que comprometem a segurança e a durabilidade da ponte centenária. Entre as principais deficiências encontradas, destacam-se:
Sistema de drenagem deficiente: obstruções nos pontos de captação de água causam acúmulo de umidade, resultando em infiltrações no pavimento e acelerando a corrosão da estrutura.
Corrosão e degradação estrutural: elementos metálicos, especialmente as transversinas e aparelhos de apoio, apresentam sinais avançados de corrosão, comprometendo a estabilidade da ponte.
Danos no pavimento: trincas transversais e longitudinais indicam desgaste severo, tornando necessária uma intervenção para evitar colapsos.
Falta de sinalização: a ausência de sinalização sobre limites de altura e peso permitidos aumenta os riscos de acidentes.
Guarda-corpos danificados e falta de acessibilidade: a deterioração dos guarda-corpos coloca em risco pedestres e veículos, enquanto a ausência de passeios adequados compromete a segurança dos transeuntes.
A Defesa Civil de Delta interditou a Ponte da Revolução no dia 6 de fevereiro, visando garantir a segurança da população e das equipes técnicas responsáveis pela avaliação da estrutura. A ponte, localizada na antiga BR-050 sobre o Rio Grande, continua fechada sem previsão de reabertura, aguardando as devidas providências dos órgãos responsáveis.
A situação da ponte impacta diretamente a rotina dos moradores da região, que dependem do acesso para deslocamentos diários entre os dois estados. Com a judicialização do caso, a expectativa é que as obras sejam iniciadas o mais breve possível, garantindo a recuperação e preservação do patrimônio histórico e a segurança da população.