Tem como curar hérnia de disco sem cirurgia?

Autor: REDAÇÃO

Fonte:

13/03/2025

 

A busca por maneiras de enfrentar a hérnia de disco sem recorrer à cirurgia costuma envolver tratamentos que combinam medicamentos, fisioterapia, terapias complementares e ajustes no dia a dia.

A condição surge quando o disco intervertebral, localizado entre as vértebras da coluna, sofre algum tipo de deslocamento ou rompimento, provocando dores intensas, perda de força muscular e outros desconfortos que afetam a qualidade de vida.

Em muitas situações, esse problema se manifesta na região lombar ou cervical e pode gerar sintomas como irradiação de dor para as pernas ou para os braços, formigamento e até fraqueza dos membros.

A boa notícia é que, de acordo com diversos estudos, mais de 90% dos casos apresentam evolução favorável sem a necessidade de intervenção cirúrgica.

Esse percentual elevado ocorre quando o tratamento conservador é iniciado prontamente e seguido com disciplina, ampliando de forma notável as probabilidades de recuperação completa.

Vale lembrar que alguns fatores podem desencadear a hérnia de disco, como envelhecimento natural, esforços repetitivos, excesso de peso, sedentarismo ou predisposição genética, mas há recursos capazes de aliviar o sofrimento e possibilitar o retorno às rotinas diárias.

Como aponta um especialista em cirurgia de hérnia de disco em Goiânia, a intervenção sem bisturi é viável na maior parte das ocorrências, servindo como caminho eficaz para aqueles que desejam resgatar o bem-estar sem procedimentos invasivos.

Uma das razões para esse sucesso está na soma de abordagens terapêuticas, que incluem fármacos para reduzir dor e inflamação, exercícios controlados, reeducação postural e estímulo ao fortalecimento muscular.

Com ações integradas, busca-se eliminar a pressão sobre o nervo comprimido, minimizar o desconforto e diminuir a chance de agravamento.


Entendendo o processo de hérnia de disco

O disco que sofre a lesão fica posicionado entre as vértebras, atuando como uma espécie de amortecedor para absorver impactos na coluna.

Quando a porção gelatinosa de seu interior escapa pelo anel externo, ocorre o deslocamento que pode pressionar nervos próximos e gerar sinais intensos de dor ou restrição de movimentos.

A localização do problema varia, sendo chamada de hérnia lombar se estiver na parte baixa das costas ou hérnia cervical se atingir a região do pescoço. Em certas situações, o nervo ciático é afetado, irradiando dor do glúteo até o pé.

As hérnias são classificadas de acordo com a intensidade do material que extravasa do disco, podendo ser protusas, extrusas ou sequestradas.

O tipo protuso tem base maior do que a porção deslocada; no tipo extruso, há rompimento completo do anel fibroso; já no sequestrado, o fragmento herniado se desprende.

Indivíduos com hábitos sedentários, sobrepeso ou fraqueza muscular estão mais propensos ao surgimento desses quadros, assim como aqueles que realizam atividades repetitivas que sobrecarregam a coluna.


Medicamentos como aliados iniciais

Quando o desconforto se instala, o primeiro passo no tratamento não cirúrgico costuma ser o uso de substâncias que amenizam a dor e a inflamação.

Anti-inflamatórios (Ibuprofeno, Diclofenaco ou Cetoprofeno) ajudam a controlar o processo inflamatório ao redor do disco lesionado.

Analgésicos (Dipirona, Paracetamol ou até versões mais potentes, como Codeína) reduzem a sensação dolorosa, permitindo que a pessoa se movimente melhor.

Relaxantes musculares (Ciclobenzaprina, Baclofeno) podem ser prescritos para aliviar tensões que geram espasmos nas costas ou pernas.

Em algumas circunstâncias, o especialista pode indicar medicamentos anticonvulsivantes (Gabapentina ou Pregabalina) para dores de origem neurológica.

Injeções epidurais de corticoides, como Betametasona ou Prednisona, fazem parte de um recurso minimamente invasivo, no qual se aplica o fármaco próximo do nervo acometido, atenuando a inflamação de maneira direcionada.

O uso prolongado de alguns remédios, contudo, exige acompanhamento para evitar danos ao estômago ou aos rins.


A importância da fisioterapia

A fisioterapia assume papel fundamental na reabilitação sem cirurgia. Com técnicas específicas, o objetivo é fortalecer a musculatura de sustentação da coluna, aprimorar a flexibilidade e melhorar o alinhamento do corpo, de forma a aliviar a compressão e o incômodo.

Sessões de fisioterapia podem ocorrer de acordo com a intensidade da crise de dor: em casos severos, recomenda-se uma frequência maior; se as dores surgem esporadicamente, há programas de manutenção uma ou duas vezes na semana.

O alívio proporcionado pela fisioterapia é visível na redução da dor local e daquela que se irradia para braços ou pernas.

Há, ainda, ampliação da mobilidade e maior resistência para as atividades cotidianas. Muitos pacientes que seguem esse caminho evitam a operação na coluna, reduzindo também a ingestão de medicamentos para controle da dor.

Os exercícios de alongamento costumam abrir as sessões, promovendo relaxamento muscular e reequilíbrio postural.

Já o fortalecimento envolve abdominais, pranchas, pontes e outros movimentos que ativam o core (conjunto de músculos abdominais, lombares e pélvicos), crucial para a estabilidade vertebral.

Recursos como Reeducação Postural Global (RPG) podem parecer repetitivos, mas são reconhecidos por corrigir desalinhamentos corporais e minimizar a pressão sobre o disco lesado.

Pilates clínico, quando aplicado por profissionais capacitados, fortalece segmentos musculares que sustentam a coluna e o abdômen, prevenindo movimentos inadequados.

Outra estratégia que ganha adeptos é a hidroterapia ou natação, pois a água diminui o impacto sobre as articulações e estimula o fortalecimento sem sobrecargas.

Exercícios realizados nesse meio podem envolver corrida dentro da piscina, nado controlado ou série de movimentos orientados por um fisioterapeuta.

 

 

Técnicas de tração e alívio

Para liberar a tensão entre as vértebras, pode-se recorrer a técnicas de tração, seja de maneira manual ou com aparelhos específicos.

No método manual, o profissional mantém a coluna alinhada e promove um leve puxão, oferecendo hidratação ao disco e facilitando seu retorno à posição de origem.

Já nos equipamentos desenvolvidos para esse fim, a região cervical e a lombar são tracionadas em sentidos opostos, permanecendo assim por intervalos de 20 a 30 segundos, em algumas repetições. Esse processo contribui para a redução da compressão sobre os nervos.

Outro ponto que merece destaque é a eletroterapia (uso de ultrassom, TENS ou laser), que atua como anti-inflamatório e alivia a dor.

Essas ferramentas são aplicadas conforme a condição de cada paciente, ajudando na recuperação tecidual.

O calor é outro aliado para reduzir a rigidez e melhorar a circulação, podendo ser aplicado com bolsas térmicas, toalhas aquecidas ou luz infravermelha. Esse incremento no fluxo sanguíneo faz chegar mais nutrientes à região, o que colabora para o relaxamento muscular.

 

 

Terapias complementares

Há ainda diversas técnicas complementares que aumentam as chances de melhora no quadro de hérnia de disco.

A acupuntura se baseia em agulhas posicionadas em pontos específicos para gerar efeito analgésico, enquanto a massagem terapêutica ou a manipulação osteopática libera tensões e realinha estruturas corporais, desde que executadas por profissionais experientes.

Alguns compostos fitoterápicos apresentam ação anti-inflamatória, como gengibre, canela, cravo-da-índia ou erva doce. Embora não substituam o tratamento tradicional, podem atuar de forma conjunta, trazendo benefícios leves em termos de alívio.

 

 

Adaptações no estilo de vida

Além do cuidado médico e fisioterapêutico, certas mudanças cotidianas são cruciais para curar hérnia de disco sem cirurgia. O controle de peso, por exemplo, diminui a carga sobre a coluna e evita maior pressão no local lesionado.

A prática de atividades físicas regulares, com intensidade moderada, fortalece tanto as costas quanto a região abdominal, aliviando o trabalho dos discos vertebrais. Caminhada, natação e ioga costumam ser indicadas por favorecerem a coluna sem grandes impactos.

Para quem gosta de pedalar, a bicicleta ergométrica aparece como opção mais segura, desde que haja atenção na regulagem do assento e do guidão. Esse ajuste adequado garante postura correta durante a pedalada, evitando estresse adicional nas vértebras.

Em casos de crise, recomenda-se um breve repouso, mas a movimentação controlada costuma ser benéfica para reduzir a rigidez.

Movimentos muito bruscos, tarefas domésticas pesadas e levantamento de peso excessivo devem ser evitados até que haja melhora.

Consciência postural conta bastante, pois simples gestos diários, como dobrar os joelhos ao pegar algo no chão ou manter a coluna alinhada ao se sentar, previnem crises intensas.

Passar muito tempo em posturas inadequadas pode agravar a inflamação e prolongar a dor. Usar colchões adequados e pausas frequentes quando se trabalha sentado colaboram para manter o conforto. A meta é ter um conjunto de hábitos que promova a saúde da coluna no longo prazo.

 

 

Probabilidade de sucesso sem operação

As estatísticas apontam que somente uma pequena parcela, aproximadamente 3% dos casos de hérnia de disco, realmente necessita de cirurgia.

Normalmente, isso ocorre em cenários mais graves, envolvendo perda severa da função neurológica, incontinência urinária ou fecal ou dores crônicas que não respondem às terapias conservadoras.

Fora desses casos, a maioria dos pacientes consegue obter alívio e retomar as tarefas do dia a dia mediante uma abordagem multidisciplinar.

Esse conjunto de métodos inclui medicamentos, fisioterapia, trações mecânicas, técnicas manuais, reeducação postural, exercícios físicos adequados, controle do peso, uso racional de anti-inflamatórios e cuidados constantes com a postura.

Cada indivíduo responde de modo particular, por isso a orientação de profissionais de saúde capacitados faz diferença no resultado. Ao seguir o plano de tratamento indicado e respeitar os limites do corpo, as chances de sucesso aumentam.

 

 

Conclusão positiva

O fato de mais de 90% dos casos evoluírem bem sem cirurgia confirma que um planejamento estruturado é capaz de curar hérnia de disco sem recorrer a procedimentos invasivos.

Essa condição, que tanto preocupa, pode ser superada quando se investe em terapias combinadas e se mantêm hábitos saudáveis, desde a inclusão de exercícios regulares até a atenção à postura.

O cuidado integral visa devolver a qualidade de vida, abrindo caminho para retomar as atividades sem dor contínua.

Apenas em circunstâncias especiais, em que surgem complicações graves, a sala de cirurgia se torna necessária.

Ainda assim, esse percentual de apenas 3% mostra que, na maior parte das vezes, há como enfrentar o problema com sucesso a partir do foco na reabilitação e na prevenção de recidivas.

A chave está na persistência, no apoio profissional e na mudança de comportamentos que desfavorecem a saúde da coluna.

Agindo de maneira consistente, é viável obter resultados duradouros e reduzir a dor até níveis controláveis, permitindo o retorno a uma rotina produtiva e prazerosa.