Um homem e uma mulher que, sob o pretexto de prestar atendimento espiritual em Salesópolis–SP, cometeram uma série de crimes, inclusive de natureza sexual, foram condenados no dia 6 de dezembro após denúncia do promotor Adolfo Sakamoto Lopes. Responsabilizado por crimes como estupro, violação sexual mediante fraude, curandeirismo e fraude processual, o acusado, um PM aposentado, foi condenado a 104 anos em regime fechado e mais 1 ano e 7 anos no semiaberto. Para a mulher, a sentença foi de 44 anos no regime fechado e também 1 ano e 7 anos no semiaberto.
Os autos do processo indicam que os acusados mantêm relacionamento amoroso e cobravam pagamentos em troca da cura para diversas doenças. Os valores cobrados dos frequentadores variavam de R$ 10 a R$ 1.500. Ao final dos trabalhos, no horário noturno, era comum que o homem, sempre na companhia da mulher, selecionasse adolescentes ou jovens mulheres para permanecer no espaço. Vítimas tiveram as roupas retiradas à força sendo obrigadas a manter relações íntimas com o réu. Em vários casos, os criminosos afirmavam que as práticas eram necessárias para a conquista de uma vida melhor.
Em janeiro de 2024, suspeitando de que as vítimas teriam comparecido no distrito policial para noticiar os delitos, os réus destruíram sofás e cadeiras que ficavam no local onde os abusos eram cometidos. A finalidade era atrapalhar a futura investigação. Camisetas vendidas pelo casal foram queimadas para ocultar o vínculo com a atividade criminosa de curandeiros e também influenciar futuras decisões judiciais.