Nesta terça-feira, 3, a atleta Rebeca Andrade, aos 25 anos, foi eleita uma das 100 Mulheres Mais Inspiradoras e Influentes do Mundo em 2024, segundo a rede britânica BBC.
Na ginástica artística desde os 4 anos, Rebeca ia a pé para os treinos proporcionados por um projeto social na periferia de Guarulhos–SP.
Pelo talento evidente, ganhou o apelido carinhoso de “Daianinha de Guarulhos”, em referência à ginasta Daiane dos Santos, por quem Rebeca tinha grande admiração.
Filha de Rose Santos, mãe solteira que cuidava dela e dos sete irmãos com o salário de empregada doméstica, Rebeca recebeu incentivo da família e dos treinadores. Eles chegaram a fazer um rodízio para que a menina não parasse de treinar durante um momento de dificuldade financeira.
Em 2011, Rebeca entrou para o time do Flamengo e, logo na estreia, conquistou o Troféu Brasil de Ginástica Artística, superando grandes nomes como Jade Barbosa e Daniele Hypólito.
A ginasta enfrentou dificuldades após romper o ligamento cruzado do joelho direito e ficar fora dos Jogos Pan-Americanos de 2015 e do Campeonato Mundial. Em 2017, sofreu outra lesão no joelho e ficou fora novamente do Campeonato Mundial, retornando às competições em 2018.
A partir daí, conquistou o quarto lugar na competição por equipes no Campeonato Mundial, realizado em Doha, no Catar, além de duas medalhas de ouro e uma de prata na Copa do Mundo de Cottbus, na Alemanha.
Após uma nova lesão no joelho, Rebeca passou por uma cirurgia que colocou em dúvida sua participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 (disputados em 2021 devido à pandemia de COVID-19).
Ela não só se recuperou como levou a prata no individual geral e o ouro no salto.
Em 2024, a carreira de Rebeca Andrade impressionou ainda mais o mundo nos Jogos Olímpicos de Paris, onde conquistou a medalha de bronze na ginástica por equipes e a prata no individual geral.
Na sequência, veio a prata no salto e, coroando sua participação, Rebeca superou sua principal concorrente, Simone Biles, e conquistou o ouro no solo, tornando-se a maior medalhista olímpica da história do Brasil.
O artigo da BBC destaca a grande façanha de Rebeca Andrade em 2024, ao se tornar a maior medalhista olímpica da história do Brasil, com seis pódios (dois ouros, três pratas e um bronze), e também ressaltou o gesto de reverência das americanas Simone Biles e Jordan Chiles à brasileira após sua vitória na decisão do solo.