Esquema vacinal contra poliomielite muda e substitui “gotinha” por vacina injetável

Autor: Salomão Rodrigues

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05/11/2024

Ministério da Saúde atualizou o esquema vacinal contra poliomielite, que a partir desta segunda-feira, 4, será composto exclusivamente pela vacina inativada poliomielite (VIP), administrada por injeção. A forma injetável da vacina substitui as duas doses de reforço da vacina oral poliomielite bivalente (VOPb), popularmente conhecida como 'gotinha'.

A medida, baseada em evidências científicas, visa aprimorar a proteção contra a doença e já é adotada em outros países, como os Estados Unidos e diversas nações europeias.

Atualmente, o Brasil conta com aproximadamente 38 mil salas de vacinação em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para atender a população. A meta do Ministério da Saúde é alcançar uma cobertura vacinal de 95% até o fim do ano. Em 2023, a cobertura da VIP foi de 86,5%, enquanto a da VOPb alcançou 78,2%. Em São Paulo, os índices foram um pouco mais elevados, com 88,34% para a VIP e 81,19% para a VOP.

De acordo com Eder Gatti, diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), a substituição da vacina oral pela injetável segue uma tendência mundial e oferece maior segurança para a imunização das crianças. O novo esquema vacinal, que anteriormente incluía três doses de VIP e duas de reforço com a “gotinha”, agora passa a exigir apenas uma dose de reforço injetável aos 15 meses, além das doses anteriores aos 2, 4 e 6 meses.

A mudança é considerada um passo importante para manter o Brasil livre da poliomielite, doença que não é registrada no país há 34 anos graças ao sucesso das campanhas de vacinação em massa. Com essa nova estratégia, o país reforça seu compromisso com as metas globais de erradicação da poliomielite, que ainda persiste em algumas regiões do mundo.

Apesar das mudanças, o personagem Zé Gotinha, criado nos anos 1980 para promover a vacinação, continuará sendo usado em campanhas de conscientização. “Ele continua firme e forte na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e na promoção da vacinação e da vida”, afirmou Eder Gatti, reforçando o papel do símbolo na conscientização da população sobre a importância das vacinas.