O segundo turno das eleições municipais de Franca, realizado no último domingo (27), foi marcado por um alto índice de abstenções. Dos 248.525 eleitores aptos a votar na cidade, 88.029 não compareceram às urnas, representando 35,42% do total. Esse número é maior do que os votos recebidos pelo candidato reeleito, Alexandre Ferreira (MDB), que obteve 82.856 votos (58,64%).
Mesmo com a vitória de Alexandre Ferreira, que garantiu a reeleição, a quantidade de eleitores que não compareceram às urnas superou em muito o número de votos dados ao candidato vencedor. Esse dado levanta questionamentos sobre o desinteresse da população pela política local e sobre os desafios futuros de reconquistar a confiança dos eleitores.
Além das abstenções, outros 8.931 eleitores votaram em branco (5,56%) e 10.266 anularam seus votos (6,40%), totalizando 19.197 votos que não foram destinados a nenhum candidato. No geral, 64,58% dos eleitores compareceram às urnas, sendo que 141.299 votos foram considerados válidos (88,04%).
O adversário de Alexandre Ferreira, João Rocha (PL), obteve 58.443 votos (41,36%). Apesar de ser uma quantidade significativa, a soma dos eleitores que se abstiveram superou tanto os votos de João Rocha quanto os de Alexandre Ferreira.
O índice de abstenções observado reflete uma tendência de aumento do desinteresse eleitoral em Franca, que já havia se manifestado no primeiro turno, quando 74.489 eleitores não votaram, representando 29,97% do eleitorado. O segundo turno agravou esse cenário, com um aumento expressivo no número de eleitores que optaram por não participar.
Especialistas apontam que a falta de identificação com os candidatos, o desânimo com a política e o sentimento de descrença nas promessas feitas durante a campanha são alguns dos fatores que explicam esse comportamento.