O Tribunal de Justiça anulou o julgamento que havia absolvido o policial militar Tiago Morais Lopes, acusado de perseguir e matar a tiros o cabeleireiro Matheus Gustavo Silva, de 25 anos. O crime aconteceu em julho de 2020, no bairro Jardim Paulistano, em Franca.

Em junho deste ano, o júri popular decidiu pela inocência do policial, que alegou ter agido em legítima defesa, afirmando que Matheus tentou assaltá-lo. No entanto, a mãe da vítima recorreu, pedindo que Tiago fosse julgado novamente. Ela argumentou que a decisão do júri não condizia com as provas apresentadas no caso.

O Tribunal concordou com a mãe da vítima e, apoiado pela Procuradoria, decidiu que o julgamento anterior deveria ser anulado. O tribunal destacou que a versão de defesa do policial, de que teria atirado para se defender, não se sustentava, especialmente porque Matheus já não representava uma ameaça quando os disparos foram feitos.

Segundo a decisão, Tiago perseguiu Matheus e disparou mesmo após a suposta agressão ter cessado, o que não se encaixa nos critérios legais de legítima defesa. Com isso, o julgamento foi considerado contrário às provas do caso, e uma nova data será marcada para que o policial volte ao banco dos réus. A defesa dele foi procurada, mas até a publicação do texto não havia respondido.