Violência contra médicos atinge recorde de casos no Brasil

Autor: Salomão Rodrigues

Fonte:

22/10/2024

Um levantamento nacional revela um aumento alarmante na violência contra médicos em ambientes de trabalho, com mais de 38 mil boletins de ocorrência registrados nos últimos anos. Os profissionais da saúde têm sido vítimas de ameaças, injúrias, lesão corporal e até difamação em unidades de saúde, hospitais, clínicas e consultórios. Segundo o estudo, 47% dos casos são contra mulheres, e há até registros de mortes suspeitas em estabelecimentos de saúde.

Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), em 2023 foram contabilizados 3,9 mil casos, o maior número da série histórica, representando uma média de 11 ocorrências por dia no país. Em comparação, em 2013, foram pouco mais de 2,7 mil ocorrências. O aumento contínuo desses números acende um alerta sobre a segurança dos profissionais em seus locais de trabalho.

A maioria dos casos de violência contra médicos (66%) ocorre em cidades do interior do país, e os agressores, na maioria das vezes, são pacientes, familiares ou desconhecidos. No entanto, há registros de ataques cometidos por colegas de trabalho, como enfermeiros e outros profissionais da área da saúde.

Entre os estados, São Paulo lidera com o maior número de casos, concentrando 26% das ocorrências, totalizando 18 mil registros. No estado, 45% dos episódios violentos ocorrem em hospitais, seguido por postos de saúde e clínicas. O Paraná aparece em segundo lugar no ranking, com 3,9 mil casos, seguido por Minas Gerais, com 3.617 ocorrências.

O CFM também orienta que, em situações de ameaça ou agressão, os médicos devem registrar boletins de ocorrência, comunicar as diretorias das unidades e, em caso de agressão física, realizar exame de corpo de delito. Essas medidas visam garantir a segurança e proteção dos profissionais da saúde em um ambiente que deveria ser de cuidado e assistência.