A Polícia Civil de Sertãozinho, incluiu, nesta quarta-feira, 16, o crime de homicídio culposo na investigação do incêndio ocorrido em uma indústria de produtos químicos na última sexta-feira, 11 de outubro. A medida foi tomada após a confirmação da morte de Estevão Felisberto Campanini, de 27 anos, funcionário da empresa que estava internado no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e não resistiu aos ferimentos. Outras três vítimas do incêndio seguem internadas, mas o estado de saúde delas não foi divulgado.
O incêndio começou após diversas explosões em um caminhão carregado com produtos químicos estacionado em frente à fábrica, que rapidamente se alastrou para o interior da indústria e imóveis vizinhos. Moradores da Vila Industrial, onde a fábrica está localizada, tiveram ao menos 12 casas interditadas pelas autoridades, e 30 pessoas continuam desalojadas. Até o momento, quatro crianças e a mãe delas estão entre as vítimas com queimaduras.
Nesta quarta-feira, 16 de outubro, donos e diretores da empresa prestaram depoimento à Polícia Civil, que não divulgou detalhes sobre os interrogatórios. As investigações seguem com base nos laudos da perícia e da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que devem ser entregues nos próximos dias. A empresa pode ser autuada por falta de licença para operar como depósito de produtos químicos.
A Cetesb confirmou que a indústria não tinha autorização para armazenar as substâncias que estavam no local. Segundo o gerente regional do órgão, Otávio Okano, a empresa será multada pelos danos ambientais causados e pelos ferimentos resultantes da explosão. A Innove Química, responsável pela fábrica, nega irregularidades e afirma que o espaço era utilizado apenas para transbordo de materiais, não como depósito.
O incêndio envolveu substâncias como clorito de sódio, ureia e ácido fosfórico, e há suspeitas de que a reação entre esses produtos tenha causado a explosão. Autoridades continuam avaliando os danos estruturais na região, enquanto moradores aguardam a liberação de suas casas pela Defesa Civil. A multa a ser aplicada à empresa ainda será definida após a conclusão dos laudos técnicos.
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