No Dia dos Professores, comemorado nesta terça-feira, 15, o Brasil reflete sobre os desafios da docência, especialmente na rede pública. Dados do Ministério da Educação mostram que o déficit de professores nas escolas públicas ultrapassa 200 mil vagas, afetando diretamente a qualidade do ensino. A falta de profissionais é mais grave nas áreas de Matemática, Física e Química, onde as escolas enfrentam dificuldades para encontrar docentes qualificados.
O problema não se limita à ausência de professores. Aqueles que permanecem na carreira lidam com condições de trabalho muitas vezes desfavoráveis. Além da sobrecarga causada pela falta de colegas, professores enfrentam desrespeito nas salas de aula e, em casos extremos, violência física. Um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelou que mais de 12% dos professores brasileiros relataram ter sofrido agressões verbais ou físicas de alunos, um índice maior que a média global de 3%.
A desvalorização salarial é outro fator que impacta a profissão. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), os professores da rede pública recebem, em média, 35% menos que outros profissionais com a mesma formação. Essa diferença salarial, somada às dificuldades do dia a dia, tem desmotivado jovens a ingressarem na carreira docente. Nos últimos anos, as matrículas em cursos de licenciatura diminuíram 30%, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
Especialistas apontam que a valorização da carreira docente é essencial para reverter esse cenário. Entre as medidas discutidas estão o aumento salarial, melhores condições de trabalho e a implementação de programas de formação continuada. Além disso, há a necessidade de modernizar o ensino, incorporando novas tecnologias e práticas pedagógicas que atraiam os estudantes e revitalizem a profissão.
Foto: Agência Brasil