O desaparecimento de Maria de Fátima Silva, de 32 anos, mais conhecida como Maria Nagyla, deixou a cidade de Igarapava (SP) em choque. Desde a madrugada da última sexta-feira, 27, a produtora rural não foi mais vista, e a principal suspeita recai sobre seu ex-companheiro, Cleber Balduíno de Oliveira, de 49 anos.
Cleber foi preso após a polícia obter imagens de câmeras de segurança que o mostram junto com Maria nas horas que antecederam o desaparecimento. Nas gravações, ela é vista entrando na casa de Cleber por volta das 3h da madrugada, e, duas horas depois, ele sai sozinho em sua caminhonete, visivelmente nervoso e com pressa. Ao retornar, o veículo estava sujo de terra, o que levantou mais suspeitas.
A prisão preventiva foi decretada com base nessas imagens e no histórico do relacionamento do casal, marcado por episódios de violência. Cleber, que já possui passagens por homicídio e violência doméstica, foi preso durante o período de imunidade eleitoral, quando prisões só são permitidas em flagrante delito ou em casos de sentença condenatória. No entanto, seu título de eleitor estava suspenso, o que permitiu à Justiça emitir o mandado de prisão. Ao sair da delegacia algemado, o suspeito negou envolvimento no desaparecimento e afirmou não saber o paradeiro de Maria.
HISTÓRICO DE VIOLÊNCIA
Maria, natural do Maranhão, havia se mudado para Igarapava há dois anos, após retomar o relacionamento com Cleber, que é de Goiás. A relação, no entanto, sempre foi conturbada, e há três meses eles se separaram. Maria passou a morar com uma amiga e sua filha de 13 anos. Segundo Micaelly Mendes, amiga de Maria, ela sempre alertava sobre os riscos que corria ao continuar em contato com Cleber. "Ela insistia que ele tinha mudado, mas eu sabia que ainda era perigoso", disse Micaelly, emocionada.
INVESTIGAÇÃO
O delegado Gabriel Fernando Tomaz, que está à frente do caso, afirmou que Cleber é o principal suspeito e que será indiciado por feminicídio e ocultação de cadáver. "As evidências até agora apontam para ele, especialmente com o histórico de agressividade. Agora, nossa prioridade é localizar o corpo de Maria e entender o que aconteceu naquela madrugada", destacou.
Apesar da prisão, Cleber ainda não foi interrogado formalmente. A polícia trabalha intensamente para avançar nas investigações e encontrar respostas que tragam algum alívio para os familiares de Maria.