Estiagem severa deixa conta de luz mais cara em outubro

Autor: Salomão Rodrigues

Fonte:

30/09/2024

A seca prolongada que atinge diversas regiões do Brasil resultou na ativação da bandeira tarifária vermelha patamar 2 nas contas de energia elétrica, essa é a faixa mais alta na escala estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A nova faixa tarifária passa a valer a partir desta terça-feira, 1.

Com a escassez de chuvas, os reservatórios das principais hidrelétricas do país estão em níveis críticos, exigindo o uso de usinas termelétricas, que têm custo de operação mais elevado. Essa medida visa compensar o aumento dos custos de geração de energia, repassando parte desse valor para os consumidores.

A bandeira vermelha é acionada em períodos de maior pressão sobre o sistema energético, quando a oferta de energia gerada por fontes mais baratas, como as hidrelétricas, é insuficiente. O uso de termelétricas, que consomem combustíveis fósseis, encarece o processo, gerando impacto direto na conta de luz. O valor extra, aplicado por cada 100 kWh consumidos, depende da intensidade da bandeira, que pode variar entre patamares 1 e 2, sendo o último o mais elevado.

No patamar 2 da bandeira tarifária vermelha são cobrados R$ 7,877 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Especialistas alertam que, com o agravamento da estiagem, o cenário pode perdurar por mais meses, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, que concentram grande parte da geração hidrelétrica do Brasil. Sem previsão de chuvas significativas no curto prazo, as autoridades do setor elétrico recomendam aos consumidores que adotem medidas de economia de energia, como evitar o uso excessivo de eletrodomésticos e otimizar o consumo no dia a dia.

A seca prolongada também já impactou a agricultura e o abastecimento de água em diversas localidades, intensificando a necessidade de medidas emergenciais para evitar um colapso no sistema energético. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) monitora a situação e avalia, mês a mês, a necessidade de ajustes nas bandeiras tarifárias, conforme as condições climáticas e o nível dos reservatórios.