O ano de 2024 já se destaca como um dos piores em relação a queimadas na última década. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que setembro sozinho registrou mais de 80 mil focos, um aumento de 30% acima da média histórica. Se o ritmo continuar, o total de queimadas em 2024 pode superar o recorde de 2010, quando o Brasil atingiu 319.383 focos.

Somente em setembro, o número de focos saltou de 18 mil em 2023 para impressionantes 75 mil em 2024, um aumento de 311%. O Centro-Oeste é a região que mais contribui para esse cenário alarmante, com Mato Grosso do Sul liderando o crescimento de focos, registrando 11.990 queimadas, um aumento de 601% em comparação ao ano passado. O Distrito Federal e Mato Grosso também registraram aumentos expressivos, com 269% e 217%, respectivamente.

Mato Grosso, com 45 mil focos, tornou-se o estado com maior número de queimadas em 2024, ultrapassando o Pará, que teve 17.297 focos apenas em setembro, equivalente a 21,2% do total nacional.

No Sudeste, São Paulo e Rio de Janeiro também registraram aumentos significativos. São Paulo teve um aumento de 428%, com 7.855 focos em setembro, enquanto o Rio de Janeiro viu um crescimento de 184%, com 1.074 focos. A Defesa Civil de São Paulo relatou que, somente neste domingo (29), quatro municípios registraram focos de incêndio, incluindo Luiz Antônio, na região de Ribeirão Preto, onde 133 agentes e seis aeronaves estão envolvidos no combate às chamas na Estação Ecológica do Jataí.

Com o Brasil já tendo ultrapassado a marca de 208 mil focos de incêndio em 2024, este ano está próximo de se igualar aos piores períodos de queimadas desde 1998, ficando atrás apenas de 2020 e 2015.