Dia Nacional do Surdo reforça a luta por inclusão e respeito à comunidade surda no Brasil

Autor: Salomão Rodrigues

Fonte:

26/09/2024

Nesta terça-feira, 26, é celebrado o Dia Nacional do Surdo, uma data que destaca a luta por inclusão e respeito aos direitos da comunidade surda no Brasil. Criado em homenagem à fundação do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) em 1857, o dia é um lembrete da necessidade de avanços concretos em acessibilidade e inclusão social.

Embora a Língua Brasileira de Sinais (Libras) tenha sido oficialmente reconhecida em 2002, a comunidade surda ainda enfrenta desafios significativos em várias áreas. No campo da educação, a falta de escolas bilíngues e de professores capacitados em Libras limita o aprendizado de crianças surdas, muitas vezes levando ao abandono escolar. Apenas 6% das pessoas surdas no Brasil têm acesso a uma educação inclusiva de qualidade, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No mercado de trabalho, as barreiras começam com a falta de intérpretes em entrevistas de emprego e se estendem à falta de acessibilidade no ambiente corporativo. Dados do IBGE apontam que apenas 37% das pessoas com deficiência auditiva estão empregadas, refletindo uma subutilização da força de trabalho surda no país.

A acessibilidade em serviços públicos também é um ponto crítico. Em hospitais e postos de saúde, a ausência de profissionais que conheçam Libras compromete o atendimento, deixando muitos surdos sem acesso adequado a informações médicas essenciais. Na esfera da Justiça, a situação não é diferente: a falta de intérpretes nos tribunais muitas vezes resulta na exclusão da comunidade surda de processos judiciais que a envolvem diretamente.

Além disso, a comunidade surda lida com a falta de conscientização e respeito às suas necessidades. O desconhecimento sobre a cultura surda e a visão limitada de que a deficiência auditiva é apenas um problema de comunicação reforçam preconceitos e dificultam a integração social.

Essa data destaca a importância de um olhar mais inclusivo, que vá além das leis e transforme a acessibilidade e o respeito à diversidade em práticas cotidianas que resolva os desafios enfrentados por cerca de 10 milhões de brasileiros surdos.