A companhia aérea Voepass anunciou uma reestruturação na diretoria, um mês e meio após o acidente com um de seus aviões que deixou 62 mortos em Vinhedo (SP). Três diretores foram demitidos: os de operações, manutenção e segurança.
O comandante Raphael Limongi assumirá a diretoria de operações, substituindo Marcel Moura. Na diretoria de segurança operacional, o tenente-coronel David da Costa Faria Neto foi demitido e será substituído pelo comandante Diego Hangai, que atua na empresa há 13 anos. O engenheiro mecânico Carlos Alberto da Costa, com mais de 35 anos de experiência, ocupará a vaga de Erick Consoli na diretoria de manutenção.
Segundo a Voepass, as mudanças foram aprovadas pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Em nota, a companhia informou que o presidente e cofundador, José Luiz Felício Filho, acumulará a liderança executiva e a chefia de operações. Felício, com mais de 10.000 horas de voo, está na presidência desde 2004. Eduardo Bush, que era CEO, agora cuidará das questões jurídicas da empresa.
Após o acidente, a Voepass também ajustou suas rotas. Nenhuma aeronave da empresa opera mais na rota Cascavel (PR) a Guarulhos (SP), a mesma do acidente. Desde 9 de agosto, a Voepass parou de operar em Fortaleza, Confins (MG), Porto Seguro (BA), Salvador, Natal, Mossoró (RN), São José do Rio Preto (SP), Cascavel (PR) e Rio Verde (GO). A companhia justificou que essas alterações visam melhorar a experiência dos passageiros, minimizando atrasos e cancelamentos.
O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) divulgou um relatório preliminar sugerindo que uma formação severa de gelo pode ter provocado uma inclinação abrupta no ATR 72-500 que caiu em Vinhedo. Entretanto, ainda não há confirmação definitiva sobre a causa do acidente.