Não é de hoje que a saúde pública de Franca está um caos. Sai prefeito, entre prefeito, sai governador, entra governador, e o sofrimento da população continua, principalmente em relação à burocracia e demora para conseguir uma vaga para internação.

Na terça-feira, 13, um menino, de 2 anos, deu entra no pronto-socorro infantil, às 7h, com crise convulsiva. Uma crise aconteceu na casa da família e a outra na unidade de saúde. Segundo a mãe da criança, antes dos dois episódios, o menino já tinha ido no pronto-socorro três dias seguidos, sendo medicado apenas com soro.

“Eu aguardo vaga para internação para ele fazer exames detalhados. Aqui no pronto-socorro infantil eles não sabem me dizer ao certo o que ele tem. Me informaram que só vou saber o que ele tem na Santa Casa de Franca. Ele nunca teve crises. Ele aguarda vaga aqui sedado”, disse Karolayne Fátima da Silva Rodrigues.

A nossa reportagem entrou em contato com as secretarias estadual e municipal de saúde e aguarda respostas e solução.

NOVELA

O processo de internação é uma novela em Franca. A secretária de saúde do município não tem autonomia para pegar um paciente que está, por exemplo no pronto-socorro Álvaro Azzuz, e levar para a Santa Casa para ser internado, porque quem autoriza a internação é o SIRESP (Sistema Informatizado de Regulação do Estado de São Paulo) que pertence a secretaria estadual de saúde. A Santa Casa só libera a vaga para internação após a autorização do SIRESP, porque quem paga os custos da internação é o governo do Estado de São Paulo.

A SIRESP foi criada na gestão do atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para tentar resolver o problema de internação enviando pacientes para outros hospitais. Antes o mesmo procedimento era feito pela CROSS (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde). O que mudou foi só o nome. Os pacientes continuam abandonados nas UPAS e prontos-socorros de Franca aguardando vaga.