Um homem de 55 anos morreu nesta segunda-feira, 8, após ser espancado dentro uma clínica de reabilitação em Cotia, município da grande São Paulo.
Jarmo Celestino de Santana, de 55 anos, deu entrada no final de semana na Comunidade Terapêutica EFATA. Na clínica ele foi amarrado a uma cadeira, torturado e espancado a tal ponto que, após passar mal, precisou ser socorrido e encaminhado para o Pronto Socorro de Vargem Grande Paulista, onde não resistiu aos ferimentos e faleceu.
A Polícia Civil teve acesso a um vídeo que circula nas redes sociais no qual a vítima aparece amarrada na cadeira enquanto quatro funcionários dão risadas da situação.
“Bagúi foi loco… vomitou… Mais um aí”, afirma um dos funcionários gargalhando enquanto a vítima está amarrada.
O monitor terapêutico Matheus de Camargo Pinto, 24, além de gravar o vídeo, também envia um áudio pelo WhatsApp confirmando ter agredido a vítima.
“… Chegou aqui na unidade… pagar de brabo, cobri no pau. Tô com a mão toda inchada”, diz o agressor.
Ele foi preso em flagrante pela polícia civil e, em depoimento, confirmou que usou de força para conter o paciente que estava muito agitado” ele também confirmou ser o autor do vídeo.
A Comunidade Terapêutica EFATA é de propriedade de Cleber Silva e Terezinha da Conceição, que já responderam pelo crime de maus-tratos contra quatro adolescentes que também foram internados em outra unidade da comunidade terapêutica comandada por eles.
Na ocasião o Ministério Público denunciou que era oferecido apenas alimentação básica: sopa, salsicha e ovo. E que os adolescentes eram obrigados a fazer serviço ajudante de pedreiro em troca de cigarros e doces.
O processo foi extinto porque os crimes de maus-tratos prescreveram devido à demora do Estado em sentenciar.
Agora a polícia investiga outros funcionários e deve ouvir o depoimento dos 28 pacientes internados no local.
Discussão
Nos últimos anos o debate em torno das clínicas terapêuticas têm aumentado devido a denúncias de agressões, estelionato, abusos sexuais, assédio, entre outros.
Além disso, as comunidades são, geralmente, geridas por líderes religiosos sem formação acadêmica na área de saúde mental ou especialização em dependência química e que, por meio de convênios com o governo, receberam nos últimos cinco anos foram mais de R$ 560 milhões em recursos públicos.
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