Justiça arquiva processo que investigava suposto feminicídio em Franca

Autor: Eudis Filho

Fonte:

09/07/2024

A Justiça determinou o arquivamento do processo que investigava um suposto feminicídio ocorrido em setembro de 2023, no bairro Leporace, em Franca. Vanessa Eduarda Bertolino, de 33 anos, faleceu após a casa onde morava com o marido e os filhos pegar fogo. A polícia suspeitava que o marido, Max Rogério Ambrósio, fosse o responsável pelo crime devido a uma discussão entre o casal na madrugada do incidente, conforme relatos de vizinhos. O arquivamento do caso foi solicitado pelo Ministério Público, que alegou falta de provas contra o suspeito.

 


RELEMBRE O CASO

No dia 27 de setembro, o Corpo de Bombeiros foi acionado para conter um incêndio na residência do casal. Max foi encontrado alguns quarteirões da casa, contido por populares e com queimaduras pelo corpo. Ele foi detido pela Polícia Militar após Vanessa ser encontrada morta dentro da casa. Segundo vizinhos, as brigas entre o casal eram constantes. Eles trabalhavam juntos na fabricação de calçados na garagem do imóvel.

Vanessa foi encontrada em um dos corredores da casa, que teve vários cômodos e móveis atingidos pelas chamas. Ela já havia solicitado e cancelado uma medida protetiva contra o marido após reatarem o relacionamento. Max ficou internado por três semanas e, após ser liberado do hospital, obteve um alvará de soltura.


O QUE ALEGOU O SUSPEITO

Em depoimento à Polícia Civil, Max relatou que na noite anterior ao incêndio teve uma discussão sobre trabalho com Vanessa e foi para a casa da mãe. Mais tarde, ela o convidou para beber, e após consumirem substâncias químicas, discutiram novamente. Max retornou à casa da mãe, mas Vanessa ligou pedindo que ele voltasse com mais cerveja e drogas. Segundo Max, Vanessa começou a ameaçá-lo e jogou cola de sapateiro pela sala e nele. Quando tentou pegar a lata de cola, Vanessa acendeu um cigarro, provocando uma explosão. Max conseguiu sair e pedir socorro, mas Vanessa não resistiu.


PERÍCIA

O laudo da perícia concluiu que Vanessa morreu carbonizada. No relatório do Ministério Público, o promotor concluiu que não havia elementos investigativos que contradissessem o depoimento de Max e, devido à falta de testemunhas, solicitou o arquivamento do caso. Com isso, Max permanece em liberdade.