Renato Cariani é indiciado por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

Autor: Salomão Rodrigues

Fonte:

30/01/2024

 

A Polícia Federal concluiu, após dez meses, as investigações contra Renato Cariani, um dos maiores ícones do mundo fitness brasileiro, com mais de 13 milhões de seguidores somados nas redes sociais e mais de um bilhão de visualizações em seu canal de vídeos. Sobre ele recai a suspeita de desvio de produtos químicos para a produção de toneladas de drogas para o narcotráfico.

A PF optou por indiciar ele e mais dois suspeitos por lavagem de dinheiro, tráfico equiparado e associação para tráfico de drogas.

Renato Cariani, sua sócia Roseli Dorth e Fábio Spinola são acusados de usar a empresa Anidrol Produtos para Laboratórios LTDA, para falsificar notas de vendas de produtos químicos no nome de grandes empresas multinacionais farmacêuticas, no entanto, esses insumos eram desviados para abastecer uma rede de tráfico internacional.

O relatório final da PF ainda afirma que 60 notas fiscais falsas foram utilizadas a saída de 12 toneladas insumos como acetona, ácido clorídrico, cloridrato de lidocaína, éter etílico, fenacetina e manitol para a produção de entorpecentes entre os anos de 2014 e 2021. Para isso a Anidrol teria usado nomes como a AstraZeneca como laranjas.

O suposto esquema foi descoberto quando a Receita Federal confrontou a AstraZeneca sobre depósitos suspeitos no valor superior a R$ 200 mil, os quais foram negados pela empresa, que afirmou não ser cliente da Anidrol.

A defesa de Roseli Dorh, sócia e fundadora da empresa, nega qualquer envolvimento dela com os supostos esquemas. Ela divulgou uma nota à imprensa na qual diz:

“A defesa de Roseli Dorth apresentou ao Ministério Público uma petição, acompanhada mais de mais 100 documentos, que comprovam a sua total desvinculação dos fatos apurados: Roseli Dorth não tem qualquer envolvimento com a prática dos crimes apurados”, disse a nota.

“A investigação está pautada em premissas falsas, que não encontram o mínimo suporte da realidade dos fatos. Temos confiança de que a Justiça reconhecerá que são totalmente descabidas e infundadas as conclusões — fruto de inadmissíveis presunções — da Polícia Federal”.

Na época Cariani veio a público através de suas redes sociais e rebateu os pontos levantados pela investigação, criticou a forma com que a Polícia Federal conduziu o inquérito e criticou a imprensa no que disse ser uma perseguição da qual ele sistematicamente através das provas se mostraria inocente.

Ele e mais dois suspeitos prestaram depoimento, em 2023, para o delegado da Polícia Federal, Vitor Beppu Vivaldi, que está à frente da investigação por meio da Delegacia de Repressão a Drogas.

Na ocasião a própria PF chegou a pedir a prisão dos três, mas a justiça não permitiu.

Daqui em diante

Por enquanto Cariani, Ruth e Spinola permanecem em liberdade.

O relatório final da Polícia Federal foi encaminhado para o Ministério Público Federal que deverá decidir se vai ou não oferecer denúncia contra os envolvidos. Depois disso a Justiça Federal decidirá se eles serão julgados pelas acusações.

 

Foto: Reprodução/Redes Sociais