A Prefeitura de Patrocínio Paulista (SP), decretou na manhã desta sexta-feira, 14, intervenção administrativa na Santa Casa do município, após indícios de irregularidades e desvio de verba pública. A medida vale inicialmente por 180 dias.
Segundo a o decreto, o objetivo da intervenção é a manutenção da assistência médico-hospitalar e dos serviços de saúde integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Com a intervenção, os atuais membros da diretoria da Santa Casa de Patrocínio Paulista ficam afastados e desabilitados de suas funções, e a gestão do hospital passa a ser do Executivo.
IRREGULARIDADES
O hospital está sendo investigado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, por desvio de dinheiro público. A denúncia foi feita pelo 1º tesoureiro do hospital, Jaime Teodoro Furtado, responsável pelos pagamentos da instituição.
No documento assinado pelo promotor Túlio Vinícius Rosa, consta que o provedor da Santa Casa, Keyes de Alencar Correa, fez uma representação ao Ministério Público informando que o tesoureiro, Jaime, estaria se recusando a realizar pagamentos com verbas públicas provenientes de emenda parlamentar. Porém, o pedido foi indeferido pela promotoria, tendo em vista as denúncias graves de desvios de verbas públicas, feitas pelo tesoureiro durante depoimento.
De acordo com o depoimento, o provedor da Santa Casa e uma diretora clínica, a qual não possui sequer contrato em vigor com a instituição, seriam os responsáveis pelo esquema de desvio do dinheiro para pagar dívidas do hospital e salário de médicos.
Em entrevista à Rádio Imperador, o provedor do hospital, Keyes Correa, confirmou que houve desvio, porém para sanar dívidas da própria instituição, que não recebe recursos da Prefeitura, e não para benefício próprio.
Segundo o Ministério Público, o desvio tem causado prejuízos para a população que precisa de atendimentos através do SUS (Sistema Único de Saúde), como a ausência de profissionais, médicos pediatras, por exemplo. A Santa Casa havia recebido verba pública para a aplicação de especialidades, e isso não foi feito.
Outras entidades que teriam celebrados convênios com o hospital foram intimidadas a apresentarem relatórios das verbas destinadas nos últimos anos.
Foto: Divulgação/Redes Sociais