Após ter o mandato de prefeita de Cristais Paulista (SP) cassado, Katiúscia Mendes (PSD) foi até ao paço municipal na tarde desta quinta-feira, 15, na intenção de buscar alguns pertences pessoais. 

De acordo com informações preliminares, a ex-prefeita entrou em contato com o atual chefe do Executivo, Elson Gomes (PTB) perguntando se poderia buscar alguns pertences pessoais. Ele não teria colocado nenhum empecilho e acompanhou ela. Um servidor público até chegou a ajudar a ex-prefeita a colocar os pertences no carro.

O problema aconteceu quando Katiúscia entrou no gabinete do atual prefeito e começou a revirar alguns documentos públicos originais e a colocá-los em uma caixa. Foi neste momento, que a ex-prefeita foi orientada a primeiro fazer uma relação dos documentos, por segurança dela e da Prefeitura, antes de retirá-los. Ela não aprovou a ideia e ficou alterada.

"Fui humilhada na Prefeitura, me fizeram deixar minhas coisas pessoais, os meus documentos desde 2017. Eu estou revoltada com tamanha sacanagem, sem sem-sem-vergonhice", disse Katiúscia Mendes em vídeo publicado nas redes sociais. 

A Polícia Militar foi acionada. A Prefeitura de Cristais Paulista (SP) nega as acusações. 

ENTENDA O CASO

Katiúscia Mendes teve o mandato cassado após uma denúncia que partiu de uma professora da rede pública que teve acesso a uma documentação do Ministério Público que investiga o contrato de serviços entre a Prefeitura e a empresa RVM Souza, responsável pelo vale-alimentação dos funcionários públicos do município.

Como mostra o processo, a lista de funcionários que teriam recebido o vale-alimentação consta nomes de funcionários que não receberam o pagamento e até de funcionários que já morreram. O nome da professora denunciante também estava na lista referente a outubro de 2021, mas apesar do registro, a professora alega que não recebeu o dinheiro porque estava afastada do trabalho.

Com a denúncia, a Comissão Processante teve oito votos a favor e um contra. O vereador Jamilton Pelizaro (PTB), que contrariou a votação, foi sorteado para fazer parte da comissão, mas se recusou. Por fim, os vereadores Fransergio dos Santos (PSD), Charles Gonçalves Peres (PL) e José Mariano (PSD) foram escalados como presidente, relator e terceiro membro da comissão, respectivamente.

RELATÓRIO FINAL

No relatório final, foram apontadas duas irregularidades na administração, como a contratação da empresa para gerenciar o vale-alimentação sem licitação além de pagamentos indevidos. O relatório também aponta que a prefeita cometeu quebra de decoro.

Com a decisão da cassação, Katiuscia além de perder o cargo, fica inelegível oito anos. Ela cumpria o segundo mandato.