Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) em greve há 16 dias se organizaram para trancar os portões da universidade a partir da manhã desta sexta-feira, 18, como forma de pressionar o reitor, João Grandino Rodas, a atender suas pautas, como eleições diretas para reitor e o fim do convênio da USP com a PM. Desde às 6h, a Portaria 1 está fechada. Por volta de 8h30, o acesso ao portão 3 foi bloqueado. Todo o efetivo operacional da 1ª Companhia do 16º Batalhão de Polícia Militar do Estado, inclusive o comando, está na universidade. Na região do Butantã, o trânsito apresentava 5 quilômetros de lentidão, segundo informações da Rádio USP. Apenas o portão 2 permanece aberto.
Desde o começo da ocupação da sede da reitoria e da greve estudantil, não houve acordo entre a administração da USP e os estudantes. Terça-feira,15, a Justiça negou o recurso de reintegração de posse solicitado por Rodas, na segunda negativa por parte da Justiça, que, após audiência de conciliação do dia 8 de outubro, concluiu que o movimento estudantil tem caráter político. Após o início da ocupação, a luz e a água do prédio da reitoria foram cortadas e continuam desligadas.
Segundo as lideranças dos estudantes, o trancamento dos portões da universidade, hoje, tem como principal objetivo forçar o início das negociações, o restabelecimento da energia elétrica e do fornecimento de água na reitoria ocupada. Os estudantes alegam que com o indeferimento da reintegração de posse pela justiça tais cortes de suprimentos ao prédio da reitoria são ilegais. " Oque está acontecendo aqui é uma afronta aos direitos humanos. Nosso protesto é legítimo", afirma o diretor do DCE Thiago Mahrenholz.
Os estudantes argumentam que a repressão sofrida por eles durante a manifestação, no mesmo dia da última decisão judicial, teria sido uma represália do governador Geraldo Alckmin e do reitor. Eles garantem que no ato, mais de 50 manifestantes foram detidos e vários outros foram feridos com balas de borracha e cassetetes.
Greve Mais de 30 cursos já se declararam em greve na USP, segundo integrantes do movimento. As entidades representativas dos professores e funcionários apoiam as bandeiras dos estudantes e também mobilizam suas categorias. Em assembleia realizada na quinta-feira, 17, os estudantes decidiram pela manutenção da greve e fortalecimento da mesma nos cursos, por meio do Comando de Greve. Nos campi do interior, também há manifestações e paralisações.
Fonte: Agência Estado