Um dos líderes do Taleban do Afeganistão Mullah Mohammad Omar prometeu nesta segunda-feira que seus seguidores continuarão a lutar se o governo assinar um acordo de segurança com os Estados Unidos.
Mullah Mohammad Omar também pediu que os membros do Taleban intesifiquem a campanha contra as forças afegãs e da Otan. Ele também fez um apelo para que todos os afegãos boicotem a eleição do próximo ano, incluindo a votação para eleger o sucessor do atual presidente Hamid Karzai.
A mensagem foi distribuída por e-mail para a mídia na véspera do feriado muçulmano de Eid al-Adha.
No sábado, Karzai e o Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, chegaram a um entendimento inicial sobre os principais elementos de um acordo que permite que as tropas americanas permaneçam no Afeganistão depois de 2014. As negociações também se referem ao uso norte-americano de bases militares em todo o país.
No entanto, questões fundamentais, tais como a imunidade para as tropas americanas que ficarão no país, permanecem sem solução. A jurisdição sobre essas forças ainda deve ser detalhada e as autoridades dos EUA disseram que isso era uma questão que poderia levar a quebra de acordo.
Karzai também convocou anciãos tribais para uma reunião de uma assembleia nacional consultiva, conhecida como Loya Jirga, para o próximo mês.
Em sua mensagem, o líder do Taleban alertou os membros da Loya Jirga a não aprovarem o acordo entre EUA e Afeganistão.
"Aqueles que assinarem o acordo não podem ser chamado de representantes Loya Jirga do país. Suas decisões não são aceitáveis", disse Omar. "Os invasores devem saber que suas bases limitadas nunca serão aceitas. A atual armada jihad continuará contra eles com mais força".
O recluso líder do Taleban não foi visto desde pouco depois da invasão norte-americana em 7 de outubro de 2001. Mas mensagens em seu nome são regularmente emitidas pelo Emirado Islâmico do Afeganistão, como o país era conhecido sob o regime Taleban.
Em sua mensagem, Omar também pediu que os afegãos boicotem as eleições de 5 de abril. Karzai não é elegível para um terceiro mandato e 27 candidatos declararam suas candidaturas para substituí-lo. Fonte: Associated Press.