Os bombeiros retomaram no início da manhã desta segunda-feira as buscas pelas vítimas de naufrágio em Macapá. Duas mineiras que participavam da procissão do Círio Fluvial pelo Rio Amazonas, no Amapá, estavam sem coletes salva-vidas no barco Capitão Reis I, que virou a cerca de quatro quilômetros da costa de Macapá, na manhã de sábado. Natural de Belo Horizonte, Marli Lourenço Dias, de 67 anos, passava uma temporada na casa da filha Marliana Dias Ferreira, de 35, que há 15 anos vivia no estado da Região Norte. No sábado, elas embarcaram por volta das 6h30 no Porto do Grego, junto com o marido de Marliana e os filhos do casal, de 8 e 2 anos. O passeio de fé foi patrocinado pelo Sindicato dos Servidores Públicos Federais Civis no Estado do Amapá (Sindsep), onde o marido de Marliana, Samuel Benjamin, trabalha no setor de informática. Ele sobreviveu e conseguiu tirar da água a filha de 2 anos, mas Marliana e o filho Ranier Benjamin continuam na lista dos desaparecidos. O corpo de Marli foi velado no sindicato e sepultado na tarde de ontem, na cidade de Macapá.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Amapá confirma pelo menos 10 mortos. O corpo de uma criança foi encontrado na tarde de sábado em área próxima ao naufrágio, porém segundo a Marinha, não há confirmação de que ela estava na embarcação. Na lista elaborada pelo sindicato, 45 pessoas sobreviveram e oito ainda estavam sendo procuradas. Muitas foram resgatadas por embarcações próximas. Entre os mortos está Reginaldo Reis Nobre, piloto e dono da embarcação. O acidente aconteceu por volta das 10h, quando a embarcação que acompanhava a imagem de Nossa Senhora de Nazaré da cidade de Santana até Macapá já estava chegando ao destino. Testemunhas afirmam que a capacidade máxima era de 40 pessoas. O sindicato alugou dois barcos, como faz há seis anos, e cada um deles transportava 62 pessoas, entre funcionários, diretores, familiares e convidados.
Segundo o diretor de Comunicação do órgão, Hélton Jucá, a maré estava agitada e uma onda alta surpreendeu todos, atingindo o Capitão Reis I de lado. Apesar da inspeção da Capitania dos Portos, que verificou a documentação e a presença de equipamentos de segurança pouco antes da partida, Hélder, que estava no outro barco, conta que as pessoas não usavam coletes salva-vidas. Outras 36 embarcações participavam da procissão. "O barco foi surpreendido por uma onda forte, de lado. Alguns passageiros foram levados pela correnteza e outros ficaram presos no barco, em um desespero muito grande. Estão dizendo que a capacidade era de 40, mas não tenho certeza", disse. De acordo com o diretor do sindicato, o corpo de Marli foi encontrado no banheiro, no andar inferior. Samuel estaria com a filha de 2 anos no andar de cima. Ele foi internado e ficou em observação em uma unidade médica de Macapá, porque bebeu água e estava bastante abalado com a notícia do desaparecimento da esposa e do filho, além da morte da sogra. A menina passa bem.
Fonte: Estado de Minas