O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, lançou hoje as linhas pelas quais os conservadores pretendem conduzir o debate com vistas às eleições gerais de 2015 e prometeu que seu partido promoverá uma recuperação econômica que transformará o Reino Unido em um "terreno de oportunidade para todos". Sem entrar em detalhes, ele prometeu também endurecer as leis sobre imigração e acesso a programas sociais e promover um referendo para decidir se o Reino Unido "fica ou sai" da União Europeia (UE).
Em seu discurso de encerramento da assembleia anual do Partido Conservador, realizada em Manchester, Cameron apresentou uma avaliação otimista de seus três anos como chefe de governo - um período de recessão profunda, fraca recuperação econômica e medidas de austeridade.
Cameron assegurou que o governo não afrouxará os cortes de gastos que levaram à redução na oferta de serviços públicos e à demissão de milhares de servidores pelo país. "Abandonar agora a redução do déficit significaria jogar no lixo todo o progresso feito até agora", alegou.
O primeiro-ministro admitiu que, para muitos britânicos, "os últimos anos foram mesmo de dificuldade", mas argumentou que "passar por essas dificuldades só terá valido a pena se nós, como país, terminarmos o trabalho que começamos".
Num discurso de 50 minutos de duração, Cameron fez uma série de compartações entre o Partido Conservador e seu principal rival nas urnas, o Partido Trabalhista. Ele acusou os trabalhista de oferecer aos eleitores um "socialismo da década de 1970". Ainda segundo Cameron, "o terreno da esperança é Tory (conservador)", enquanto "o terreno do desespero é o trabalhismo".
O discurso do primeiro-ministro é o ponto alto da temporada de assembleias anuais dos partidos políticos britânicos, já dedicados a cortejar os eleitores para as eleições gerais marcadas para daqui a um ano e meio.
Na semana passada, o líder trabalhista Ed Miliband rotulou os conservadores como um partido dedicado aos interesses da camada mais rica da população e prometeu salvar os britânicos da "crise de custo de vida" derivada da última crise global, prometendo inclusive congelar as tarifas de energia elétrica.
Hoje, Cameron alegou que a crise foi causada pelos trabalhistas, mais precisamente pela dívida acumulada entre 1997 e 2010, período durante o qual o partido hoje na oposição manteve-se ininterruptamente no poder. "Nossa economia pode estar começando a se recuperar, e é claro que isso é ótimo, mas ainda não terminamos de pagar a crise da dívida causada pelos trabalhistas", acusou.
Ele prometeu que os Tories promoverão uma recuperação baseada no poder da inovação econômica. "Lucro, geração de riqueza, cortes de impostos e empreendimento não são palavrões nem termos elitistas", defendeu. "Nada disso é problema; isso é a solução", prosseguiu.
Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.