A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (30), após encontro com o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, que ele fará muita diferença no processo de integração entre os dois países. Segundo Dilma, apesar da suspensão do Paraguai do Mercado Comum do Sul (Mercosul) por mais de um ano, as relações bilaterais se mantiveram intactas. Cartes, que tomou posse em agosto, faz sua primeira visita de Estado ao Brasil.
"Acredito que o presidente Cartes fará muita diferença nesse processo, porque tem a firme convicção de que são muito importantes as relações entre nós e sempre me diz uma coisa, desde o primeiro encontro: que os papéis dos nossos chanceleres não conseguirão registrar tudo aquilo que faremos", ressaltou Dilma. Ela destacou que os dois governos têm o maior interesse no retorno do Paraguai ao Mercosul.
A presidenta ressaltou a existência de ações para interligar ainda mais a economia dos dois países, com investimentos em infraestrutura logística., como o projeto de construção de mais uma ponte sobre o Rio Paraná, em Foz do Iguaçu (PR). "A ponte será mais um elo entre o Paraguai e o Brasil, tornará mais fluido o transporte de cargas e ajudará no escoamento das exportações paraguaias."
Dilma falou também sobre a inauguração, em novembro, de uma linha de transmissão de 500 quilowatts, com financiamento de US$ 322 milhões pelo Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul, que permitirá levar mais energia da Usina Itaipu Binacional aos arredores de Assunção, capital paraguaia. Para a presidenta, a obra é um símbolo da cooperação no Mercosul e contribuirá para a integração e cooperação ainda maior das cadeias produtivas brasileira e paraguaia. "Essa obra vai permitir grande possibilidade de atração de investidores no Paraguai e contribuirá, sem sombra de dúvida, para a industrialização do país, gerando lá mais emprego e renda."
De acordo com a presidenta, esses projetos e obras são a prova de que a exclusão do Paraguai do Mercosul não afetou as relações concretas com o Brasil e não gerou prejuízos à população paraguaia. O país ficou suspenso do bloco de 29 de junho do ano passado a 12 de julho deste ano, porque os líderes políticos da Argentina, do Brasil e Uruguai discordaram da forma como o então presidente Fernando Lugo foi destituído do poder, por impeachment. Com o processo eleitoral e a vitória de Cartes, que tomou posse em 15 de agosto, a suspensão foi extinta.
Dilma informou que este foi seu terceiro encontro com Cartes desde que ele tomou a posse e que o potencial de integração entre os dois países é muito maior do que o explorado atualmente. Embora seja a primeira visita de Cartes ao Brasil como presidente, os dois chefes de governo já tinham se encontrado em outros fóruns, como a Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada há uma semana em Nova York.
Fonte: Agência Brasil