O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, defendeu terça-feira (24) o processo de paz negociado por seu governo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), durante discurso na 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. "Este é o momento de trocar as armas por votos, as armas por argumentos, e continuar a luta, mas em democracia", afirmou.
Santos disse que é muito mais difícil negociar a paz que continuar em guerra. "Fazer a guerra, como eu sei fazer, é muito mais fácil. Mas isso seria condenar os colombianos a continuarem vítimas, e isso não seria responsável com a América Latina, e nem com minha consciência", destacou.
O presidente colombiano disse que a obrigação do país é evitar que o conflito produza novas vítimas, além de concluir, com êxito, as negociações de paz. Santos reafirmou que não haverá impunidade após o término das negociações de paz com as Farc. "Não haverá impunidade para crimes de lesa humanidade cometidos de forma sistemática", comentou. E reforçou: "Queremos acabar com nosso conflito, sem renunciar à Justiça e à reparação das vítimas".
Ele disse estar otimista com o processo, mas advertiu que o povo colombiano necessita de uma resposta para não "esgotar a paciência". "As guerrilhas terão que se decidir. É hora de decisões, não podemos perder essa oportunidade", acrescentou.
Santos destacou que é preciso encontrar mecanismos mais "eficazes" na luta contra as drogas: "Temos que buscar a forma mais efetiva. Por isso, esperamos que as Nações Unidas deem prioridade ao tema, que será discutido na Convenção sobre as Drogas, em 2016". O problema é um dos assuntos que o governo discute com as Farc. Durante as últimas décadas a guerrilha utilizou o narcotráfico como fonte de financiamento da guerra.
Fonte: Agência Brasil