O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, qualificou segunda-feira (16) o ataque com armas químicas na Síria como "crime de guerra". O secretário, no entanto, não atribuiu responsabilidades. Ban Ki-moon exigiu que os responsáveis - não identificados por ele - "prestem contas" pelo que fizeram e frisou que o Conselho de Segurança tem a "responsabilidade moral" de não deixar passar em branco esta violação dos direitos humanos.
"Os resultados são indiscutíveis e esmagadores. Os fatos falam por si", enfatizou, recordando que esta é a maior utilização de armas químicas contra civis, desde que o regime do ditador iraquiano Saddam Hussain as usou, em 1988.
"Agora, a unidade do Conselho de Segurança será crucial. Dada a gravidade da situação, insisto que o Conselho deve considerar vias que garantam o cumprimento do plano , através de uma resolução clara", disse.
Os Estados Unidos e a Rússia fizeram um acordo para a suspensão de uma intervenção militar contra a Síria, rejeitada por Moscou, dando prazo ao regime de Bashar Al Assad para entregar o arsenal químico à comunidade internacional.
O secretário-geral da ONU sustentou que o eventual descumprimento por parte do regime de Damasco deve ter "consequências". Os inspetores das Nações Unidas concluíram que existem provas "claras e convincentes" do uso de armas químicas, que têm sido usadas "numa escala relativamente grande".
O relatório dos inspetores das Nações Unidas nada diz sobre os responsáveis pelo ataque, mas este não é um caso isolado, já que a comissão da ONU sobre as violações de direitos humanos na Síria anunciou o início de investigação de outros supostos 14 ataques químicos, registrados desde setembro de 2011.
O conflito na Síria - em que a contestação popular ao regime deflagrou uma guerra civil - causou mais de 110 mil mortes e fez dois milhões de refugiados, de acordo com as Nações Unidas.
Fonte: Agência Brasil