O Corpo de Bombeiros é a instituição com maior índice de confiabilidade no país, revela pesquisa divulgada pelo Ibope. De acordo com o levantamento, que avaliou 18 instituições, os profissionais especializados em salvar e proteger vidas obtiveram o melhor índice (77 pontos). Em Minas Gerais, estimativa de 2011, realizada pela Secretaria de Estado de Defesa Social, já havia apurado a confiança dos mineiros na corporação.
"A pesquisa só veio confirmar que estamos no caminho certo", frisa o coronel do Corpo de Bombeiros, Cláudio Teixeira. Para o coronel, enfrentar situações extremas e colocar a própria vida em risco para preservar a de outra pessoa é um papel solidário reconhecido por toda a sociedade, responsável por boa parte da credibilidade adquirida pela corporação.
"Em todas as situações críticas o bombeiro nunca abandona a vítima. Essa abnegação que existe em nossa profissão é o que nos dá credibilidade", acredita Cláudio Teixeira, que é da quarta geração de bombeiros da sua família. "Isso não é uma opção de emprego. É uma opção de vida", frisa.
Resgate heroico
É assim que o sargento Gil Vieira, com 22 anos dedicados à corporação, também encara sua profissão. Em 2010, o bombeiro foi protagonista de um resgate heroico no bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Região Metropolitana. Uma grua (equipamento semelhante a um guindaste que leva materiais de construção aos andares mais altos) presa a um prédio despencou de uma altura de 90 metros no momento em que era desmontada.
Um operário da construção civil morreu e outro ficou gravemente ferido. Um terceiro ficou preso pelo cinto de segurança a 75 metros do solo, altura equivalente a um prédio de 12 andares. A estrutura da grua estava comprometida e ameaçava desabar a qualquer instante. "Engenheiros orientam-me a não subir porque a estrutura estava tendendo a cair a qualquer momento", conta.
Pelo rádio, Gil Vieira solicitou reforços e equipamentos para o resgate, sendo prontamente atendido pelo comandante. Após decidir pela escalada na estrutura condenada, o bombeiro organizou os equipamentos e orientou os colegas. "A altura, a inclinação e a oscilação não facilitavam a ação", enfatiza.
"Levei uma corda, consegui fazer uma amarração e fiz a retirada da pessoa, que estava com a perna quebrada, trauma no crânio e respirava com dificuldade. Passamos para o prédio, ela foi atendida e levada ao pronto-socorro", lembra. Mesmo diante do ato de bravura e do reconhecimento, Gil Viera faz questão de dividir os créditos da ação com os companheiros. "Todos contribuíram para o resgate, o motorista, o comandante, os colegas, todos", frisa.
Suporte para as ações
Em agosto deste ano, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais completou seu 102º aniversário com efetivo de 5,3 mil militares e 72 unidades que atendem de forma direta 60% da população e de forma indireta a todo o Estado. Somente em 2012, foram atendidas 334 mil ocorrências, sendo as mais comuns os resgates de motociclistas e combate a incêndios.
A frota da corporação conta com 1.052 viaturas, um crescimento de mais de 300% em relação à de 2003, que era composta por veículos com idade média de 15 anos. Atualmente, a idade média é de sete anos. Entre as viaturas estão unidades de resgate (ambulâncias) e autobombas de combate a incêndio e de salvamento.
O Corpo de Bombeiros também possui um Batalhão de Operações Aéreas. O esquadrão é dotado de dois helicópteros e um avião que proporcionam significativa redução do tempo de resposta nos atendimentos. "Com toda essa estrutura, temos conseguido atender os anseios e as expectativas da sociedade", destaca Cláudio Teixeira.
Investimentos
O Governo de Minas entregou à corporação 88 viaturas e outros equipamentos em junho deste ano, com investimentos superiores a R$ 36,5 milhões, sendo R$ 27 milhões oriundos da Taxa de Incêndio criada em 2003 e destinada ao reaparelhamento do Corpo de Bombeiros.
Entre as viaturas, 57 são unidades de resgate, equipadas com desfibrilador, maca, prancha rígida e aparelho de oxigênio. Na ocasião, foi lançado o livro Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais: 100 anos de história e reflexão.
Em 2012, foi feito o maior investimento em equipamentos de proteção individual da história da corporação, totalizando R$ 15 milhões, com destaque para as aquisições de conjuntos de combate a incêndios, capacetes, luvas, e óculos de proteção.
Fonte: Agência Minas