Nosso corpo é frágil, e a necessária educação em como bem utilizá-lo é a matéria do dia. Reeducação Postural Global, onde seu comportamento postural pode influenciar na sua renda mensal.
Logo na minha primeira experiência profissional como motorista de algumas transportadoras de motos, a algumas décadas atrás, fui apresentado aos profissionais especializados em saúde do trabalho. Atuando como novato de tudo, recebi treinamento de como me sentar bem na mesa de trabalho. Confesso que a minha primeira reação foi de muito estranhamento.
Será que eu sou tão novato assim, nesse grau, que não sei nem me sentar? Escrevendo esta história hoje, passado algum tempo deste este primeiro momento, percebo melhor hoje que, sim, o pessoal que me recebeu na minha primeira experiência profissional, tinha razão e obviamente sabia mais do que a minha vã filosofia.
Para quem, como eu na época, é jovem hoje e está recebendo todo tipo de instrução dos mais experientes, afirmo que eles fazem isto mais para o seu bem, do que por algum tipo de tiração de sarro. A maior parte das pessoas querem mesmo o seu bem, por incrível que isso possa parecer estando dentro de um momento competitivo em que todo grupo de trabalho imprime a primeira vista em todos os novatos.
Pelo oposto que a lógica do senso comum apregoa, os seres humanos precisam receber educação em como utilizar o próprio corpo, para aqueles que por muito privilégio, receberam em sua juventude instruções da matéria da educação física, que vai muito além da prática de esportes. Reconhecem hoje o valor em saber utilizar minimamente o próprio corpo.
Eu mesmo, e com mais idade, as questões posturais definem, pelo menos no meu caso, qual é o limite da minha renda no final do mês. Sinto dores, mas com pouca relação com a minha idade e mais relacionada a minha falta de educação postural.
Anos trabalhando sentado, cobram o seu preço, salgado agora, mas para você leitor que está lendo este texto, pode se tornar uma ação de menor custo, com a prática da RPG. Sim, competentes profissionais especializados em medicina do trabalho, sabem como uma má postura tira o trabalhador de suas atividades e reduz a sua produtividade.
Sentar-se corretamente, paradas obrigatórias para alongamento, e vigilância postural constante, é o que diferencia equipes de trabalho campeãs das outras. Se no meu caso a minha cadeira é o meu algoz, por conta do meu uso incessante do computador em frente do rosto, no caso de outras profissões as questões são outras e diversas.
Cito o exemplo dos motoristas profissionais, que passam horas dirigindo em uma posição quase que estática, a atenção concentrada e o movimento repetitivo reduzem a qualidade de vida daquele trabalhador de forma incisiva. Citando o exemplo do mercado de transportadora de carro, os motoristas das melhores transportadoras recebem instruções para a execução de determinados exercícios de tempos em tempos, durante a sua jornada de trabalho.
RPG é uma abreviatura para esta ciência postural, cadeira de estudo para quem se dedica a profissão de fisioterapeuta, não caro leitor, não é um tipo de assunto de gente rica, todos precisamos de fisioterapia. O objetivo da fisioterapia é obviamente terapêutico, ou seja, são ações que antecedem o colapso, que pode ser lido em uma chave de apresentação de dor constante.
Justamente alvo do estudo da produtividade das empresas que cuidam do bem estar da equipe de trabalho, o RPG possui esta função de prevenção, pois sabemos que depois que um dano por esforço repetitivo se apresenta, sua cura pode custar muito mais caro que a prevenção.
No caso dos trabalhadores que levantam pesos, como no caso dos que trabalham em empresas de mudanças, a questão de levantar pesos, mesmo os mais leves diariamente, acaba afetando a produtividade do trabalhador no setor de transportes de mudanças.
A repetição, em movimentos coordenados é que força o sistema sempre no mesmo ponto, e ao longo do tempo este movimento acaba não sendo mais tolerado pelo corpo, gerando inflamação e dor. E para quem possui um belo par de contas para pagar, não se importa muito em sentir algum grau de dor, um pensamento muitas vezes equivocado, que pode levar o trabalhador a aposentar-se mais cedo e com uma renda menor.
O RPG deve ser mais aplicado naqueles que não estão sentindo dores, é uma matéria a ser praticada antes da apresentação de quadro médico. É um assunto que deveria ser matéria escolar primária, mas como todos sabem, isto está muito longe de ser uma prática escolar, o RPG é principalmente utilizado para tratamento de dor nas costas e/ou dores relacionadas a coluna.
Pela coluna passam todas as terminações nervosas do nosso corpo, e muitas questões de saúde de origem postural estão interligadas neste sistema, então dores meio que longe da coluna, podem estar relacionadas. O que diferencia as dores de origem da coluna das outras é a sua recorrência, quem tem o sistema da coluna afetado em qualquer parte, sofre de dores constantes, que não passam mesmo com o uso de medicamentos fortes.
É necessário uma mudança de hábitos posturais, justamente foco da atenção da atividade chamada RPG, é um tratamento fisioterápico que combate a dor no curto prazo ao mesmo tempo que educa o paciente para mudar seus hábitos posturais para que a solução seja mais permanente, evitando mais visitas ao médico.
Claro que agora eu escrevo um tipo de brincadeira, mas também serve de alerta, a internet e as redes sociais não entendem nada de medicina, então se hoje a sua situação médica apresenta dores constantes, procure um serviço médico habilitado, assistir um vídeo no celular sobre RPG, não irá resolver a sua questão e pode até piorar muito.
Não porque não existem bons médicos ensinando muito, por meio de vídeos, na internet, é que hoje vivemos em uma sociedade de consumo de informações, onde a qualidade da informação é muito precária, acaba que a boa intenção de quem publica um conteúdo médico, tenha pouca relação com medicina e mais com marketing.
Ronaldo Luis Gonçalves
Pai, Marido, Escritor, Engenheiro de Software, Empreendedor Digital atuando no mercado de marketing, é também redator de diversos sites na internet.
Foto:Reprodução
