Com voto do Brasil, ONU aprova resolução contra Rússia

Autor: Redação Pop Mundi

Fonte:

02/03/2022

Após três dias de discursos de mais de 100 de países no Fórum da Assembleia Geral das Nações Unidas para defender a paz e a segurança, nesta quarta-feira (2) foi aprovada uma resolução contra a invasão russa da Ucrânia.

Foram 141 votos a favor, 5 contra e 35 abstenções.O Brasil se alinhou à ampla maioria e também votou a favor. Os países que votaram contra foram Rússia, Belarus, Síria, Coreia do Norte e Eritreia. A China se absteve. 

O texto "deplora nos mais fortes termos a agressão da Rússia contra a Ucrânia".Ela é não vinculante, o que significa que, a partir dela, os países não são obrigados a fazer nada.

Sua importância, portanto, é política: mostra como a maioria dos países vê a invasão promovida por Moscou. Boa parte da comunidade internacional acusa a Rússia de Vladimir Putin de violar o artigo 2 da Carta das Nações Unidas, que pede aos seus membros para não recorrer a ameaças ou à força para solucionar conflitos.  

O texto, promovido pelos países europeus e Ucrânia e apoiado por 141 países de todas as regiões do mundo, sofreu inúmeras alterações nos últimos dias para chegar a um acordo mínimo aceitável para os mais relutantes.

Praticamente todos os oradores na Assembleia condenaram a guerra, a insegurança e o risco de escalada do conflito armado em um mundo que começava a se recuperar dos estragos devastadores da pandemia de Covid-19, como demonstra a escalada de preços das matérias-primas, principalmente do gás e petróleo, ou a queda das bolsas de valores.

Sem mencionar a iminente crise humanitária que já levou centenas de milhares de ucranianos a deixar o país em busca de um lugar seguro e causou dezenas de mortes de civis.

A Rússia sustenta que sua invasão é "legítima defesa".

"Não foi a Rússia que iniciou esta guerra. Essas operações militares foram iniciadas pela Ucrânia contra os habitantes de Donbass (a região separatista no leste do país) e contra todos aqueles que não concordavam com ela", defendeu como um mantra o embaixador russo Vassily Nebenzia, no fórum internacional em Nova York.

A resolução deixou de "condenar", como estava inicialmente previsto, para "deplorar nos mais fortes termos a agressão da Rússia contra a Ucrânia". 

 Foto: Reuters/Carlo Allegri