Pelo menos nove manifestantes continuavam detidos no 2º Distrito Policial, região central, na tarde de domingo (8). Eles foram presos nas manifestações de 7 de Setembro, em São Paulo. Segundo um agente da delegacia, cinco tinham obtido alvará de soltura e deveriam ser liberados nas próximas horas e quatro podem ser transferidos nesta segunda-feira (9) para um centro de detenção provisória.
A Polícia Militar (PM) informou, no final da tarde de hoje, que 40 pessoas foram detidas durante o conflito, sendo que 21 manifestantes foram levados para averiguação após agredirem policiais. Os demais foram presos por crimes como tentativa de homicídio, formação de quadrilha e dano ao patrimônio público.
Segundo a polícia, foram apreendidos uma faca, um bisturi, um estilingue, latas de tinta e máscaras de gás. A corporação registrou cinco agentes feridos e cinco viaturas depredadas.
A repressão de ontem em São Paulo, de acordo com a PM, começou no final da tarde, depois que militantes jogaram pedras na fachada do prédio da Câmara Municipal, no centro da cidade, quando protestavam contra o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin .
A PM usou bombas de gás lacrimogêneo contra o grupo, integrado em grande parte por pessoas vestidas de preto e com o rosto coberto. Os manifestantes haviam saído da Avenida Paulista, descido pela Avenida 23 de Maio e depois passado pela Praça da Sé, antes de chegarem à sede do Legislativo municipal.
No trajeto, a passeata foi ganhando adesões e chegou a ter, segundo a PM, 2 mil pessoas. Depois do início da repressão, os confrontos continuaram até a Praça da Sé. Foram depredadas agências bancárias, uma banca de revista e ao menos uma viatura policial. A Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras registrou a destruição de 36 lixeiras. Segundo o órgão, foram recolhidas cinco toneladas de resíduos resultantes dos protestos.
Está marcada para as 18h de hoje (8) uma vigília em frente ao Hospital das Clínicas (HC), zona oeste paulistana, para lembrar a situação dos feridos no protesto de ontem (7). Um deles, Vítor Araújo, foi atingido no olho por um estilhaço de bomba de efeito moral logo no início do confronto entre policiais e manifestantes, em frente à Câmara Municipal, e está internado no hospital. Três pessoas foram atropeladas por um carro particular. Segundo a PM, o motorista se sentiu acuado pelo protesto e acelerou para fugir.
De acordo com André Zanardo, membro do Advogados Ativistas, coletivo que atua em defesa de manifestantes, há ainda outra jovem que foi ferida por policiais e também está internada no HC. Zanardo disse que pode processar o Estado pelos ferimentos causados aos militantes. "Estamos acompanhando. Depois vamos ver se vamos tomar alguma medida contra o Estado. O principal agora é cuidar da saúde do Vítor", disse.
Fonte: Agência Brasil