Capitais sedes da Copa do Mundo podem por em risco a alimentação fora de casa

Autor: Redação Pop Mundi

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05/09/2013
Alimentos podem por em risco a saúde dos brasileiros - Foto: Unicamp Alimentos podem por em risco a saúde dos brasileiros - Foto: Unicamp

Uma pesquisa inédita divulgada na última quarta-feira (4) na Unicamp apontou alto nível de contaminação em alimentos comercializados em ruas, praias e restaurantes de nove capitais brasileiras que serão sedes da Copa do Mundo de 2014. O estudo conduzido pela Associação Proteste de Consumidores foi divulgado durante seminário internacional que discutiu a higiene de alimentos fora de casa. O evento foi realizado pela Proteste e Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (Nepa) da Unicamp.

A investigação, obtida por meio de análises microbiológicas em 150 alimentos prontos, apontou que, deste total, 11% estão impróprios para o consumo. Foram encontrados nestes alimentos microrganismos nocivos à saúde, como coliformes fecais, entre outros. Conforme a Proteste, estas bactérias podem ocasionar uma síndrome conhecida como DTA, sigla para Doença Transmitida por Alimento, que provoca diarreia, vômitos, perda do apetite e náuseas.

Ainda de acordo com o teste, realizado entre abril e maio deste ano, 57% dos alimentos estão insatisfatórios, ou seja, apresentaram falha na higiene em alguma etapa da produção. Do total de amostras analisadas, apenas 32% estavam próprias para o consumo. A investigação avaliou alimentos coletados nas cidades de Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP), Vitória (ES) e Guarujá (SP).

"Trata-se de um estudo de cenário. Fizemos a pesquisa porque a Anvisa irá instituir um selo de qualidade para a classificação dos estabelecimentos que comercializarão alimentos durante a Copa do Mundo de 2014. Na Europa, a Dinamarca conta com um modelo similar. Mas a proposta é que o selo e a fiscalização não sejam estipulados somente durante a Copa. A ideia é que a preocupação com a qualidade dos alimentos seja algo permanente em todo o país", expôs Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste.

Para a especialista da Anvisa, Ângela Karinne Fagundes de Castro, o selo de qualidade objetiva ser um instrumento a mais para o consumidor fazer a seleção adequada dos estabelecimentos. "É um projeto piloto que será trabalhado inicialmente nas cidades-sedes da Copa. A iniciativa é semelhante à existente na Dinamarca. A Vigilância Sanitária fará a fiscalização como regularmente faz e, como resultado desta fiscalização, pontuará o estabelecimento conforme critérios de risco. Essa informação será divulgada tanto na Internet, como no próprio estabelecimento", explica.

Fonte: Unicamp