A Coligação Nacional Síria, principal grupo da oposição ao presidente Bashar Al Assad, apelou neste sábado (31) à comunidade internacional em defesa de uma intervenção militar "ampla e forte", que reduza a capacidade bélica do regime de Damasco.
Em comunicado, o presidente da coligação, Ahmad Yarba, disse que "o mundo tem que responder de forma decisiva ao uso de armas químicas pelo regime". Yarba também pediu que se "neutralize o perigo que o regime representa para o povo sírio e para a paz e a segurança regionais", de forma a evitar novos ataques com armas não convencionais.
Depois de 29 meses de "inatividade", a comunidade internacional tem a obrigação moral de parar o uso "da violência excessiva e indiscriminada", acrescentou o dirigente oposicionista.
Os serviços de segurança sírios esperam um ataque militar contra o seu território "a qualquer momento", mas dizem que o país está pronto para responder.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ontem (30) que ainda não tomou uma "decisão final" sobre um possível ataque à Síria, mas admitiu uma ação "limitada" contra o regime de Bashar Al Assad pelo uso de armas químicas.
Afirmando que o uso dessas armas ameaçaria a segurança nacional norte-americana, Obama insistiu que o mundo não pode aceitar que mulheres e crianças sejam atingidas por gases tóxicos. Ele fez a declaração após tomar conhecimento de um relatório dos serviços secretos, segundo o qual 1.429 pessoas morreram, entre as quais 426 crianças num ataque atribuído ao regime sírio nos arredores de Damasco, a 21 de agosto.
Obama, que falou na Casa Branca antes de participar de encontro com os chefes de governo dos países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia), condenou igualmente "a impotência" do Conselho de Segurança das Nações Unidas perante a questão síria, uma vez que a Rússia, um forte aliado de Damasco, bloqueou qualquer intervenção.
O presidente norte-americano apelou, por fim, ao mundo para que não fique paralisado perante a situação na Síria, numa reação à rejeição pelo Parlamento britânico de uma participação de Londres numa eventual intervenção armada contra o regime de Bashar Al Assad.
Fonte: Agência Brasil