Para se fazer um professor é preciso alguém que goste de gente, que tenha sede de conhecimento e coce de curiosidade quando não consegue entender algo. O professor de verdade não tem de ser um exemplo de humildade, mas deve sempre evitar a arrogância, porque, por melhor que seja seu currículo e mais difíceis as palavras e os cálculos que saiba realizar, ele precisa se fazer entender. Mesmo que não saiba o nome de seus alunos, o professor de verdade deve sempre ter em mente que cada um deles é alguém que merece ser escutado, ainda que seja para dizer não. Professor que é professor prepara o que vai dizer, sabe aonde quer chegar e faz parecer bela a mais torta das teorias.

Para se fazer um professor é preciso ouvir muito e sofrer um pouco também. Seja pelos eternos erros gramaticais dos alunos, que devem ter começado antes do surgimento do latim, ou por aquela turma que parecia tão boa e afundou em uma prova “fácil”.

Para ser professor é preciso gostar de conversar, porque sem diálogo o conhecimento não acontece. O verdadeiro professor não é um santo, mas tem de saber que a ironia e o sarcasmo não são um bom caminho para seguir, pois na educação eles nada constroem. Professor que é professor tem sempre a ideia fixa de que seus alunos precisam aprender e faz de tudo para que isso aconteça.

Para se fazer um professor de verdade também precisamos de alunos de verdade, que o respeitem e o admirem. Acontece que não se faz um verdadeiro aluno se não tivermos um verdadeiro professor.

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