Nas redes sociais todos são felizes. Até que ponto somos, de fato?

Autor: Thiago Rocioli

Fonte:

01/10/2019

 A humanidade busca constantemente a felicidade. E sempre queremos conquistar coisas que nos fazem felizes, como ter dinheiro, sucesso, amigos, uma relação amorosa estável. Com a tecnologia e os bombardeios de imagens de pessoas anônimas ou do mundo das celebridades, observamos que elas desejam passar aos seguidores que estão felizes a todo instante. Provavelmente, você já percebeu que a cada segundo, ou até milésimo de segundo, alguém está postando um momento feliz no Facebook, Instagram, Snapchat, entre outros aplicativos.

A pessoa vai a uma festa, faz uma postagem, decide fazer um jantar com os amigos, outra postagem, resolveu viajar, mais postagens, comprou uma roupa nova, mais publicações. E assim vai. Você deve estar pensando, mas e daí, posto mesmo, e vou continuar postando? Nada contra quem mantém esse hábito. Mas também não sou a favor expor toda a vida nas redes sócias, ainda mais quando se espera o reconhecimento do outro para se sentir feliz. É isso que acontece com a maioria das pessoas, a felicidade depende dos likes ou comentários que ela recebe no post do dia.

Para o teórico Bruno Lopes (2013) a felicidade nos dias de hoje se torna uma obrigação. O mundo contemporâneo “vende” para as pessoas o prazer, que sem dúvida é a essência básica da felicidade. Muitas vezes as pessoas que experimentam o prazer, através de algum objeto no qual investiram, nem sempre são felizes, podem sentir um bem-estar momentâneo, o fazem somente para estarem inscritos socialmente. Por exemplo, fotos com o namorado em uma praia paradisíaca com uma legenda provocante, uma foto em frente ao espelho da academia exibindo os “gominhos” do abdômen, restaurantes fantásticos, são imagens que podem simbolizar uma felicidade ilusória.

Estes exemplos me fizeram lembrar de um vídeo bastante divulgado nas redes sociais “What’s on your mind?” (O que você está pensando?). Para quem não se lembra ou não assistiu, vou descrever resumidamente (depois confere no YouTube). O vídeo é muito interessante! Traz uma reflexão a cerca da “vida perfeita” nas redes sociais. O pequeno vídeo começa com o rapaz visualizando as fotos de algumas pessoas na praia, na neve, enquanto ele está em sua casa fazendo uma refeição (nada atraente por sinal). Logo depois visualiza uma foto de um casal “vendendo a felicidade”. Enquanto ele está na rede social, a namorada ou esposa de pijama e pipoca em mão assiste a um filme. Para a vida dele começar a ficar interessante, ele cria falsas postagens para ganhar mais curtidas. Em outro momento do curta, o personagem, já no trabalho, escreve na rede social que a reunião foi um sucesso, sendo que estava super tedioso. Depois da publicação ele ganha vários likes por conta de sua falsa realidade. Enfim, é um vídeo simplesmente fantástico e impactante! Ele nos revela como as pessoas provavelmente acreditam naquilo que é postado nas redes sociais.

Ouça: