Mãe de jovem com paralisia cerebral luta para manter a filha viva

Autor: Thiago Garcia

Fonte:

23/05/2018

O drama é de uma mãe que luta para manter a filha viva. Eliandra das Chagas da Silva, de 37 anos, corre contra o tempo e a dura situação financeira para continuar dando para a jovem Gabriele Carolina das Chagas, de 17 anos, os recursos necessários para a sobrevivência da menina que sofre de uma lesão cerebral.

Atualmente, a adolescente precisa de uma grande infraestrutura para manter o seu quadro de saúde estável, mas há pouco mais de 1 ano e 5 meses, complicações trouxeram preocupações para a família. “Ela estava tendo muitas pneumonias e por isso ela hoje vive em um respirador, fez traqueostomia e faz uso de oxigênio”, disse Eliandra que ainda ressaltou que a menina está sem a fisioterapia que pode ajudar no tratamento, já que o Sistema Único de Saúde (SUS) não cobre e a situação tem se agravado.

Aos 17 anos, Gabriele Carolina luta pela vida (Reprodução/Fabebook)

Na semana passada, Carol – como é chamada entre familiares e amigos - esteve internada por conta de uma nova pneumonia. Além do problema de saúde da menina, a família tem enfrentado dificuldades para manter a situação financeira em dia. “As contas aqui em casa estão atrasadas, porque até fevereiro eu estava pagando a fisioterapia com o benefício dela e o que o meu marido ganha vai para o aluguel da casa. Está muito complicado”, ressaltou a mãe.

Com as contas de energia vencidas, a família tem recebido cobranças da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) e para aumentar o desespero de Eliandra, o único desconto que conseguiu foi de R$ 30 no talão, mesmo após mostrar os laudos médicos que comprovam a necessidade da aparelhagem para manter a menina viva. “Mesmo feito o cadastro das famílias que fazem uso e dependem do oxigênio e que eles não podem cortar, eu sei que preciso pagar até porque a casa é de aluguel. Eles ficam cobrando, é humilhante e já não sei mais o que é dormir”, completou a mãe da Carol e de outros dois filhos, sendo uma menina de 13 anos e um menino de 10 anos.

Eliandra enfrenta dificuldades financeiras para manter tratamento da filha (Reprodução/Facebook)

No ano passado, a mãe procurou também a Defensoria Pública que encaminhou para a Secretaria de Saúde de Franca a documentação com relação à fisioterapia da menina. “O que eles (Secretaria) liberaram foram fisioterapia e fonoaudiologia uma vez por semana, mas o que ela precisa é do respiratório que hoje está sem e teria que ser diariamente. Então, já fui a vários lugares e não sei mais o que fazer”, completou Eliandra.

Lutando para continuar ao lado da filha, Eliandra voltou a procurar a Defensoria, mas necessita de um novo laudo médico. Ela conseguiu na rede pública uma consulta com um pneumologista, mas terá que esperar até o dia 19 de julho e até lá, ela teme pela vida da Carol. “Está acabando o ano e não estou vendo resposta de nada. Vai dar tempo da minha filha ir embora e não estou tendo resposta”, disse a mãe que não conteve as lágrimas ao contar a história da filha em entrevista ao repórter Thiago Garcia, pelo Pop Mundi e Rádio Imperador. Ouça abaixo:

Em contato com a Prefeitura de Franca, foi solicitado um posicionamento com relação ao tempo de espera da consulta na rede pública, mas até o momento não houve nenhuma resposta.

Quanto à CPFL, a Companhia informou que a cliente mencionada pela reportagem teve seu nome protestado pela falta de pagamento de duas faturas. Para regularizar a situação, a cliente precisa realizar o pagamento das custas judiciais e cancelar o protesto.

Em nota, a empresa ainda ressalta que a cliente está cadastrada como beneficiária da tarifa de baixa renda e lembrou que Eliandra está cadastrada na empresa como UTI domiciliar e portanto está bloqueada para corte de fornecimento de energia por inadimplência.

A Companhia ainda destaca que as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) domiciliares recebem atendimento diferenciado da distribuidora, assim como hospitais e unidades básicas de saúde.

Confira a íntegra da nota emitida pela CPFL

"A CPFL Paulista informa que a cliente mencionada pela reportagem teve seu nome protestado pela falta de pagamento de duas faturas. Para ambos os casos, a quitação das contas de energia foi efetuada após a emissão dos protestos. Vale destacar ainda que as notificações foram encaminhadas de 3 a 4 meses após a data de vencimento das contas, dando oportunidade e tempo hábil para que a consumidora tomasse as providências necessárias. Para regularizar a situação, a cliente precisa realizar o pagamento das custas judiciais e cancelar o protesto.

A distribuidora reforça que todas as Agências de Atendimento estão preparadas para realizar parcelamentos, além de ser possível optar por essa modalidade via WEB. Seguindo as regras do setor elétrico, cada caso é analisado individualmente.

Por fim, esclarecemos ainda que cliente em questão está cadastrada como beneficiária da tarifa de baixa renda, desconto concedido na conta de energia por meio do programa social do governo. A unidade consumidora da reclamante é ainda considerada carga essencial para a Companhia pois está cadastrada na empresa como UTI domiciliar, seguindo as regras exigidas e portanto está bloqueada para corte de fornecimento por inadimplência. UTIs domiciliares recebem atendimento diferenciado da distribuidora, assim como hospitais e unidades básicas de saúde.”

Ajuda

Buscando levantar recursos para manter o tratamento da filha e as contas em dia, a família da jovem está realizando a venda de pizzas que serão entregues no dia 22 de junho. Os interessados em comprar para ajudar a Carol podem obter mais informações através do telefone: (16) 99123-4799. 

Amigos estão ajudando a compartilhar a promoção das pizzas nas redes sociais. Veja abaixo: