Os constantes casos de violência e agressões envolvendo moradores de rua tem preocupado autoridades, em Franca (SP). Recentemente uma clínica foi furtada e uma médica veterinária levou uma cusparada no rosto após negar esmola para uma andarilha.
Dezenas de outras ocorrências já foram registradas e, de acordo com o secretário de Ação Social, Vanderlei Tristão, os acontecimentos viraram casos de polícia. Como alternativa para solucionar o problema ele apresentou ao prefeito Gilson de Souza (DEM) um pedido para adesão da Operação Delegada, projeto do Governo do Estado de São Paulo em parceria com os municípios. “Isso já está em andamento, o gabinete já tem todas as informações. Isso precisa ser colocado em prática o mais rápido possível, porque nós estamos perdendo o controle”, disse o secretário.
Ainda segundo os últimos dados da Ação Social, atualmente Franca conta com 317 moradores de rua naturais do município, mas o número deve passar de 500 se somados àquelas pessoas que chegam de outras cidades. A situação começou a ganhar destaque que chegou até ao Ministério Público que proibiu algumas ações realizadas pela Prefeitura. “Eu estava fazendo as abordagens, mas a promotoria disse que eu não poderia fazer como eu vinha fazendo, porque se você também for procurar essas pessoas para sair do local em que estão com ‘tapinha’ nas costas, eles te batem”, destacou o secretário que ainda reforçou que não agia com violência. “A gente não estava batendo e agredindo ninguém, mas estávamos sendo rígidos e acharam que havia exagero nisso. Então criamos outra equipe para fazer exatamente como eles (promotores) queriam e o resultado está aí”.
Outra alternativa que foi implantada pela Prefeitura foi a criação do Centro de Apoio ao Migrante que oferecia aos moradores de rua a “oportunidade” de retornarem para suas cidades de origem. Em pouco mais de dois meses, pelo menos 150 pessoas haviam deixado Franca, no entanto, a ideia também foi barrada pelas autoridades que alegaram ferir direitos constitucionais. “Eles não entendem que o direito deles vão até onde começa o dos outros e infelizmente as autoridades também não entendem isso, porque a mulher tem o direito e pedir e a outra tem o direito de negar, nem por isso ela pode receber uma cusparada ou ser agredida, isso é um absurdo”, reclamou Tristão.
Ainda em entrevista ao repórter Thiago Garcia, pela Rádio Imperador e Pop Mundi, o secretário voltou a afirmar que a única solução seria mesmo a introdução do projeto Operação Delegada que conta com o uso de policiais em seus dias de folga em favor dos municípios. De acordo com Tristão, os PMs fariam seus “bicos” nas praças. “Venho pedindo ao Gilson para que fizesse esse convênio para botar os policiais nas praças e resolvessem a questão, porque é caso de polícia e eu estou tentando retomar as campanhas, explicando as autoridades que a situação vai ficar fora de controles”, ouça abaixo.